tag:blogger.com,1999:blog-47439875035454885432024-02-19T08:01:02.890-08:00Justino Pinto de AndradeJustinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.comBlogger259125tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-68313427038193348452019-06-06T08:54:00.001-07:002019-06-06T08:54:53.143-07:00NÃO SEI COMO SER OPTIMISTA<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">1.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">O
OGE-Revisto prevê um crescimento económico de 0,3%, número contestado pelas
principais agências internacionais, afirmando que o crescimento será negativo, alertando
para a aproximação de um período de alto risco social. É indubitável que o
nosso país necessita de crescer de modo sustentável a uma taxa acima de
crescimento demográfico, 3%.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">Os preços internacionais do petróleo têm
sido desfavoráveis, acrescendo-se a isso reduzidos níveis da produção, devidos,
essencialmente, aos fracos investimentos realizados no sector e o envelhecimento
natural dos campos mais antigos.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">O OGE-Revisto para 2019 perspectiva uma
redução em 38% no Programa de investimento Público, com excepção do investimento
no sector dos Petróleos. A componente privada no investimento total será ainda
muito fraca.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">2.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">É
verdade que o Governo tem recebido sucessivos aplausos públicos de instituições
internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. Porém, são essas mesmas agências que
não se cansam de dizer que, para que o processo de viragem se tornar consistente,
Angola deverá proceder a reformas estruturais capazes de atrair mais e,
sobretudo, bons investimentos privados.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">É fundamental a reforma no sector judicial,
para o tornar transparente e mais célere, bem como a melhoria da Lei da
Propriedade e da Lei de Terras que, presentemente, não servem para realizar hipotecas
para os financiamentos. Deve, igualmente, fazer-se acertos na política
monetária e cambial, para estabilizar as variáveis macroeconómicas e facilitar
a movimentação do capital para quem investe em Angola.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">3.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">As
actuais políticas governamentais afiguram-se, pois, contraditórias: i) por um
lado, “empurram” os bancos a conceder mais crédito à economia; ii) mas, por
outro lado, aplica-se uma política monetária e cambial muito restritiva que
dificulta os créditos privados.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">Um dos aspectos que se afiguram
contraditórios na política monetária e cambial é o aumento pelo BNA do nível
das reservas obrigatórias pelos bancos comerciais e também dos cativos para as
transferências para o exterior.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">Na verdade, a política monetária e cambial
“asfixiou” a economia, diminuindo a capacidade de transações das empresas, com
frequentes encerramentos das suas portas, aumentando o desemprego.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">4.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">No
curto prazo, a aplicação do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) aumentará
os preços dos bens e dos serviços. Adicionando-se, agora, a retirada dos
subsídios aos combustíveis, e o anunciado aumento das tarifas de água e de energia,
estão criadas as condições para, logo de seguida, assistirmos ao agravamento
das condições sociais da população.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">5.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">O
governo propala um especial cuidado com os sectores sociais, porém, os
investimentos aí realizados até agora são demasiado insuficientes.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">6.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">A
presente geografia do crescimento demográfico, centrado essencialmente em
Luanda e em algumas das restantes grandes cidades, é responsável pelo aumento do
Risco de Insegurança: penúria alimentar, crescimento do desemprego urbano, degradação
dos níveis de saúde e o inquestionável aumento dos índices de criminalidade.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; margin: 0px;"><span style="margin: 0px;">7.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt "Times New Roman"; margin: 0px;"> </span></span></span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">A
agressiva política de desvalorização da nossa moeda tem tido profundos reflexos
no poder aquisitivo da população, onerando as importações e o investimento
privado.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">No curto e mesmo no médio prazo, as
Exportações não aumentarão, pois a nossa pauta exportadora quase que se limita
ao petróleo, e o Investimento Directo Estrangeiro promove a entrada de capitais,
mas, também se traduz numa maior dependência do capital externo.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 0px 71.2px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16pt; line-height: 115%; margin: 0px;">Não há, pois, condições para ser optimista
e acreditar no êxito do OGE-Revisto 2019!</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 13.33px 48px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 13.33px;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; margin: 0px;">JUSTINO PINTO DE ANDRADE (06/06/2019)</span></u></b></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 13.33px;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; margin: 0px;">(REVISTA ECONOMIA & MERCADO)</span></u></b></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-13481480566906072422016-05-12T03:13:00.002-07:002016-05-12T03:13:35.189-07:00NOVAS DESCOBERTAS NÃO SERÃO SEMPRE MAIS RIQUEZA
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">No
dia 13 de Abril deste ano, a Sonangol anunciou a descoberta, nas bacias do
Kwanza e do Congo, de novas reservas de petróleo e gás natural que podem
comportar 2,2 mil milhões de barris de óleo equivalente. A confirmarem-se tais
previsões, Angola poderá atingir a almejada meta de produção de 2 milhões de
barris de petróleo/dia, contra os actuais 1,8 milhões de barris/dia. Ouvi essa notícia
- embora deformada – numa das rádios locais.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">A
notícia soou-me “deformada”, pelo facto de, na sua transmissão, ter-se
confundido volume do depósito com capacidade de produção diária dos poços, dois
conceitos muito distintos, pois, uma coisa é o volume das reservas descobertas,
ou seja, a quantidade que se estima estar depositada nos poços, e outra é a
produção diária dos poços. </span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">No
comunicado da Sonangol apenas se fez referência às expectativas do potencial
dos dois poços localizados na bacia do Kwanza, nomeadamente, o Lontra - 1, do
bolco 20/15, com uma estimativa de 570 milhões de barris de óleo equivalente, e
o Katambi -1, do bloco 24/11, com uma estimativa de 1,7 mil milhões de barris
de óleo equivalente. Sobre o potencial poço da bacia do Congo, o Lira – 1, do
bloco 15/14, nada foi dito.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">Nos
últimos anos, tem sido constante o anúncio de novas descobertas de petróleo e
gás natural no nosso país. Por exemplo, em 2014, a Sonangol deu especial àquilo
a que chamou “a maior descoberta de petróleo” na camada do pré-sal da bacia do
Kwanza. Tratou-se do poço Orca, do bloco 20/11, numa profundidade de mais de
3.800 metros, capaz de produzir 3.700 barris de petróleo/dia e 16,3 milhões de
metros cúbicos de gás. O bloco 20/11 é operado pela Cobalt, que detém 40% do
capital, sendo os restantes 60% repartidos em partes iguais pela Sonangol e
pela multinacional britânica BP.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">A
tecnologia de perfuração dos poços de petróleo evoluiu muito ao longo do tempo,
ao ponto de ter desvendado um enorme potencial existente nas camadas do
pré-sal, o que gerou sonhos de maior riqueza não só em Angola mas, muito
particularmente, no Brasil, onde se situam dos seus maiores reservatórios.
Vivia-se, ainda, a época dos preços altos. </span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">As
mais recentes descobertas de petróleo e gás natural em Angola situam-se, precisamente,
em camadas cada vez mais profundas, facto que encarece demasiado os custos de
produção.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">Dados
os actuais preços vigentes nos mercados internacionais, quer para o crude, quer
para o gás, não é, pois, de estranhar que nos questionemos sobre o real impacto
dessas novas descobertas na nossa economia. Isto é, se as novas jazidas agora
festejadas contribuirão significativamente, ou não, para a saída da crise económica
que hoje atravessamos – uma crise que já não tem hipóteses de ser disfarçada.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">8.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">Recordo
que o crude representa 97% das nossas receitas de exportação e cerca de 80% das
receitas fiscais. A manterem-se os preços relativamente baixos que hoje
conhecemos, qual será, então, o real impacto das novas descobertas?</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">9.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">Fruto
da má conjuntura actual, a tendência será para um aumento do nosso
endividamento, numa dívida saldada por via das receitas de exportação. Não
seria, pois, interessante avaliarmos, comparativamente, a velocidade de
crescimento da nossa dívida, com a velocidade do acréscimo das receitas geradas
pelas novas descobertas?</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">10.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span></b><span style="font-family: Calibri;">Não será que a presente geração de angolanos
está apenas a exaurir boa parte dos recursos naturais que o nosso país possui,
sem, contudo, deixar para os angolanos que virão depois de nós, uma estrutura
económica que lhes garanta sustentabilidade?</span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-29525965566738644782016-04-05T04:13:00.002-07:002016-04-05T04:13:23.019-07:00UMA DUALIDADE QUE PREJUDICA A INTEGRAÇÃO SUB-REGIONAL
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Há relativamente pouco tempo, alguém me
questionou sobre o porquê de Angola estar, simultaneamente, inserida em dois
blocos de integração sub-regional: a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b>
(Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), criada em 1992, pelo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tratado de Windhoek</i>, e a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CEEAC</b> (Comunidade Económica dos Estados
da África Central), surgida, formalmente, em 1981, em Libreville, mas apenas
operacionalizada em 1985.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Comecei por responder que, de início,
poderá ter havido alguma hesitação por parte das autoridades angolanas, dado que
o norte e o nordeste do nosso país fazem parte, claramente, da África Central,
enquanto o sul e o sudeste são, indubitavelmente, territórios da África Austral.
Pode ter sido esse o motivo que nos levou a pôr um pé em cada uma dessas duas posições.
Somos, de facto, um país de transição sub-regional.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">A <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b> é, nem mais nem menos, que uma evolução política da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADCC</b> (Conferência de Coordenação e
Desenvolvimento da África Austral), instrumento sub-regional nascido em 1980,
inspirado no espírito dos “Países da Linha da Frente” que apoiavam directamente
a luta contra o regime do Apartheid e se opunham à hegemonia da África do Sul, apostada,
na altura, na criação de uma suposta “Constelação de Estados”, com “Bantustões”
pseudo-independentes. O fim do Apartheid, em 1990, permitiu colocar ponto final
neste projecto, e a emergência da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b>,
incorporando a própria África do Sul.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Mas, vale a pena recordar o quadro de
países integrantes quer da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b>,
quer da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CEEAC</b>. Na <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b> estão a África do Sul, Angola,
Botswana, República Democrática do Congo, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Ilhas
Maurícias, Moçambique, Namíbia, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe, Seicheles.
Por sua vez, na <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CEEAC</b> estão o Burundi,
Camarões, República Centro Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão,
Ruanda, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo (RDC) e Angola. Como
vemos, Angola e a RDC <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>repetem-se em ambos
blocos.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">As repetições de países acontecem,
igualmente, em outros blocos sub-regionais. Dos 15 países da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CEDEAO</b> (Comunidade Económica de
Desenvolvimento de Estados da África Ocidental), 7 também são membros da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">UEMOA</b> (União Económica e Monetária dos
Estados da África Ocidental), partilhando o franco CFA. Na própria <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b>, 5 países - África do Sul,
Namíbia, Botswana, Lesotho e Suazilândia – constituíram já uma União Aduaneira,
a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SACU</b> (<i>Southern African Customs Union</i>),
uma espécie de Bloco Central. E 7 países da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b> integram a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">COMESA</b> (<i>Common
Market for Eastern and Southern África</i>), um total de 21 países que se
pretendem constituir em União Aduaneira.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu não vejo como se possa evoluir
nesse sentido, sem que haja uma escolha única, definitiva e inequívoca por
parte de cada país, pois as actuais dualidades inviabilizam o desenvolvimento
das organizações sub-regionais, violando, mesmo, regras basilares da
Organização Mundial do Comércio (<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">OMC</b>).</span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Em termos económicos, Angola está
claramente mais próxima da África Austral do que da África Central. Os países
da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b> estão a desenvolver
projectos comuns nos domínios das infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, de
energia e água, também de promoção do turismo e do comércio, fruto da relativa
paz e estabilidade que hoje vivem. A <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CEEAC</b>
parece mais um projecto económico adiado, fruto da permanente convulsão em que
vivem alguns dos países que a integram, com especial realce para RDC,
persistentemente instável. Uma verdadeira espinha espetada na “garganta” da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SADC</b>.</span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-25260677069402780612015-10-01T05:18:00.000-07:002015-10-01T05:18:17.893-07:00O CLARO E INEQUÍVOCO EXEMPLO DA GRÉCIA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O povo grego demonstrou, mais uma vez,
que foi, realmente, o berço da democracia, assim como um dos principais responsáveis
pela criação da actual civilização ocidental e cultura europeia. Reiterou,
agora, este reconhecimento, pelo modo como tem reagido às profundas adversidades
decorrentes da turbulência que assola as suas vidas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É inegável, por exemplo, o grande
sentido de justiça e de solidariedade dos gregos para com aqueles que demandam
o seu território, mesmo que temporariamente, em busca de segurança e de outras
oportunidades de vida. Refiro-me, concretamente, ao enorme fluxo de migrantes
que vão entrando pelas suas fronteiras, idos do Médio Oriente e do norte de África,
mas, também, mesmo que em menor número, idos de outras paragens, onde ainda impera
o medo, o terror e a fome.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tem sido por muitas das ilhas gregas no
Mar Mediterrâneo que passam vários milhares de migrantes, saídos, sobretudo, da
Síria, Afeganistão, Líbano, Paquistão e, inclusive, do Irão. As suas ilhas mais
sacrificadas têm sido sempre Kos e Lesbos, dada à sua proximidade e condições
portuárias.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mesmo vivendo momentos muito difíceis
do ponto de vista económico, social e até político, as autoridades gregas e as
populações locais não regateiam apoio aos necessitados, vítimas de múltiplas
formas de violação dos seus direitos, nos seus países de origem. Trata-se,
porém, de um apoio que se transforma em enorme peso para quem é obrigado a
resistir às medidas de austeridade impostas pelos parceiros e credores
internacionais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Outra dimensão da grande capacidade
democrática e espírito de tolerância dos gregos vê-se no modo como se
sujeitaram à necessidade de irem por 3 vezes às urnas, em pouco menos de um
ano. Num tão curto período de tempo, o povo grego voltou a dirigir
maioritariamente o seu voto para o partido político que antes tinha elegido, e
que, na altura da negociação das medidas económicas com os seus parceiros, se
viu obrigado a soçobrar perante algumas das drásticas condições impostas, pois,
de outro modo, não teriam acesso aos fundos financeiros de que necessitam.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De novo nas urnas, os gregos
reiteraram confiança no Syriza, um partido de esquerda moderna, uma esquerda do
Século XXI, preocupada com os problemas actuais dos seus cidadãos e não virado
para soluções do passado. Com isso, o povo grego mostrou vontade e
determinação, rejeitando as formas ultrapassadas de governação, que conduziram à
actual situação de asfixiante endividamento, disseminação da corrupção,
ineficácia económica, penúria e de um verdadeiro caos social. Fizeram-no sem equívocos,
sem titubear. Agindo assim, os gregos partiram novamente para a luta contra os
interesses coligados das grandes corporações que, na verdade, dominam a
economia e a política internacional.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Novamente, os gregos não se deixaram
seduzir pelos que os atiraram para a actual situação – partidos ditos do
centro-direita e do centro-esquerda, a outra alternativa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os gregos deram um sinal de que algo
tem mesmo de mudar, neste mundo de novos problemas e que, por isso, exige novas
soluções. Os gregos voltaram a confiar em quem lhes aponta novos caminhos.
Assim, os gregos mostraram discernimento e grande capacidade de encaixe, de
resistência às adversidades. Têm, agora, outra oportunidade para travarem um
diálogo mais construtivo e mais equilibrado com os seus parceiros
internacionais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Depois da anterior negociação – que
mais parecia uma luta mitológica do tipo “David contra Golias” - é expectável
que os credores internacionais da Grécia entendam a necessidade de, finalmente,
prevalecer o princípio do realismo aliado ao do pragmatismo. É que a Europa e o
mundo estão a mudar, precisando, por isso, de novas soluções e de protagonistas
com capacidade para compreenderem as presentes mutações.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A crescente globalização de todos os processos faz com que nenhum país,
por si só, seja capaz de encontrar soluções viáveis, abstraindo-se das
múltiplas interconexões existentes, sobretudo na economia. Assim o mostram, por
exemplo, os recentes impactos da queda do preço do petróleo no mercado mundial,
com os países produtores e essencialmente exportadores a perderem receitas, e
os outros com as suas contas públicas mais aliviadas. Seja como for, a prazo,
todos serão afectados, pois a economia mundial está profundamente interligada…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Grécia dos nossos dias já não é mais o conjunto de cidades-Estados do
passado, com as suas próprias estruturas organizativas, que comercializavam,
mas que também se guerreavam entre si. A Grécia de hoje é uma nação única, pertencente
a um espaço de integração regional, que se encontra no mais avançado estado de
desenvolvimento.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Qualquer erro de avaliação cometido pelos políticos actuais, poderá lançar
por terra o sonho dos pais-fundadores da União Europeia, que viam nela não
apenas um modo eficaz de promover o desenvolvimento e a competitividade, mas,
também, um veículo para travar a verdadeira autofagia em que a Europa se foi
envolvendo ao longo dos anos, sempre com destruidoras guerras intestinas.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-56848149744570647312015-10-01T05:16:00.002-07:002015-10-01T05:16:51.294-07:00O MAR MEDITERRÂNEO É O CAMINHO E A EUROPA O DESTINO
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nos últimos tempos, a migração
massiva de gente ida de África e do Médio Oriente, em busca de abrigo na Europa
– fazendo-o em condições dramáticas – prendeu a atenção da comunidade
internacional, quando já repousam nos fundos do Mar Mediterrâneo, os restos
mortais de milhares de vítimas dessas travessias horripilantes, feitas de forma
precária e demasiado arriscada.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.3pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tudo isso tem mexido com a
consciência e os sentimentos das pessoas de bem. Insensíveis ao drama dos
migrantes ficam tão-somente os de “maus fígados”, os ressabiados e os traumatizados,
por norma, gente com histórias pessoais mal resolvidas – que são, felizmente,
uma minoria insignificante. Tenho eu a certeza de que, certamente, não é um fruto
do contributo deste pequeno grupo que o mundo melhora e a humanidade se torna
mais humana. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (ACNUR) estimou em cerca de 60 milhões, o número de pessoas hoje
deslocadas dos seus lugares de origem, vítimas de conflitos armados e de
perseguições de todo tipo. De entre eles, 19,5 milhões são considerados
refugiados, classificação apenas atribuída a quem busca asilo em outro país. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os países de onde saem mais
refugiados para a Europa são a Síria, Iraque, Afeganistão, Somália, Eritreia,
Líbia, Nigéria. Mas há também quem saia do Chade, Sudão e Congo, e de outros
países. Fogem das guerras. Procuram escapar à pobreza. Tentam evitar outras
formas de violência nos seus países de origem.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De acordo com o ACNUR, 50% dos
refugiados que tentaram, este ano, entrar irregularmente na Europa pelo
Mediterrâneo, são sírios, vítimas de um conflito que eclodiu em 2011, quando o
país tinha 20 milhões de habitantes. Hoje, a Síria tem já cerca de 7,6 milhões
de deslocados internos, e 4 milhões de refugiados em outros países da região,
nomeadamente, Turquia, Líbano e Jordânia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O que mais chama a atenção do mundo e
o que mais choca a consciência das pessoas é o fluxo dos refugiados sírios, que
buscam abrigo na Europa, de preferência na Alemanha e Suécia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O conflito civil sírio, que se seguiu
à tentativa de desalojamento do poder do ditador Bashar Al-Assad, criou vários
grupos rebeldes, entre os quais o Exército Livre da Síria, a Frente Al-Nusra
(ligado à Al-Qaeda) e o mais extremista de todos, o chamado Estado Islâmico,
que controla cerca de 50% do território.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Afeganistão é responsável por 13%
dos refugiados que tentaram irregularmente chegar à Europa pela rota do
Mediterrâneo. Tem 710 mil deslocados internos e mais de 2,5 milhões de
refugiados em outros países, maioritariamente no Paquistão (95%) e no Irão. Um fenómeno
que vem de longe, de uma sucessão de conflitos, desde a invasão soviética (1978
a 1989), a guerra civil (1992 a 1996), o período do domínio dos Taliban (1996 a
2001), a intervenção militar liderada pelos EUA, na sequência dos “Ataques de
11 de Setembro de 2001”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Presentemente, a Eritreia contribui
com aproximadamente 8% dos imigrantes ilegais que tentaram entrar na Europa,
atravessando o Mediterrâneo. Para os dados do ACNUR, são 216 mil os refugiados eritreus
vivendo em países próximos, como o Sudão e Etiópia. O êxodo da Eritreia não é
propriamente o produto de uma guerra mas, sim, do regime ditatorial, altamente
repressivo, que se instalou no país desde a sua separação da Etiópia, em 1993. É
de tal modo repressivo que a Eritreia é também tida como a “Coreia do Norte de
África”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">3% dos refugiados que procuraram este ano atravessar irregularmente o
Mediterrâneo são somalis, um país que, em 1991, se começou a destroçar, com o
fim do regime do ditador Mohammed Siad Barre. Foi a permanente instabilidade
política vivida no país que facilitou a instalação de um ramo da Al-Qaeda, a
Al-Shabaab, uma milícia radical islâmica. Dados fiáveis apontam para 1,1
milhões de deslocados internos e mais de 1 milhão de somalis refugiados em
países vizinhos, como o Quénia, Etiópia e Iémen. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O país mais populoso de África e com o maior PIB do continente, a
Nigéria, contribuiu com 4% dos refugiados que, durante este ano, buscaram entrar
irregularmente na Europa pela via do Mediterrâneo. Causa próxima: a actividade
do grupo radical islâmico Boko Haram, gerando, até agora, 1,3 milhões de
deslocados internos e 150 mil refugiados em países vizinhos, como Chade, Níger
e Camarões.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Consideremos ainda os refugiados idos para a Europa a partir do Paquistão
(3%), Iraque (3%), Sudão (2%), Gâmbia (1%), Bangladesh (1%). Sem esquecer a
Líbia, claro. Ao penetrarem num país da Europa, a tendência de todos os
refugiados é procurarem abrigo nos países subscritores do chamado “Espaço Schengen”.
Um espaço de livre-trânsito na Europa, sem controlo de fronteiras, integrando
22 países da União Europeia, mais o Liechtenstein, Suíça, Noruega e Islândia, mas
ao qual não aderiram o Reino Unido e a Irlanda. A Romênia, Bulgária, Croácia e
Chipre aguardam a conclusão do processo de adesão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O comportamento desses países face ao actual fenómeno de migração forçada
é não apenas fruto da vontade política de cada Estado mas, igualmente, da sua adesão
ou não ao Tratado de Asilo assinado pela maioria dos Estados da União Europeia,
e não subscrito pelo Reino Unido, Irlanda e Dinamarca.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A França, Itália e Holanda, subscritores do Tratado de Asilo, e
receptadores de muitos desses migrantes forçados, mantêm, ainda assim,
restrições com base em Leis próprias elaboradas para prevenir eventuais fraudes
nos pedidos de asilo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tem sido crescente o número de países a declarar vontade de acolherem
todo esse fluxo crescente de gente que tudo arrisca para encontrar abrigo e
novas condições de vida em países estrangeiros. Na sua maioria são países europeus
mas, igualmente, de fora da Europa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Alemanha, França, Áustria, Reino Unido (depois de um período de recusa), Espanha,
Holanda, Suécia, Islândia, Noruega, Dinamarca, Austrália, Brasil, Venezuela, são
declaradamente países de acolhimento. Mas os países do antigo Bloco do Leste, Polónia,
República Checa, Eslováquia, Hungria e Roménia, mostram-se renitentes em
acolher refugiados, socorrendo-se dos mais diversos argumentos, alguns mesmo
recorrendo à discriminação religiosa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">17.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
apontam que, em 2014, mais de 700 mil pessoas pediram asilo na Europa, mais 47%
que no ano anterior. Segundo a mesma fonte, nos primeiros 8 meses de 2015, já 381
mil pessoas terão cruzado o Mar Mediterrâneo para entrarem na Europa, tendo
morrido ou desaparecido na travessia 2,5 mil pessoas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">18.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os dados do Eurostat, Gabinete de Estatística da União Europeia, dizem-nos
que, nos primeiros 4 meses de 2015, registaram-se mais de 184 mil pedidos de
asilo, dos mais de 340 mil chegados à Europa por meios irregulares. A tendência
é para os números ampliarem, pois ainda prevalecem as condições causadoras desse
impetuoso fenómeno migratório, já tido como o mais impressionante depois da
Segunda Guerra Mundial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">19.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O caos instalou-se nalguns países europeus mediterrânicos como a Itália
(Lampedusa), destino de 121 mil refugiados desde o início de 2015, e a Grécia
(ilhas de Kos e Lesbos), destino de 258 mil refugiados até inícios de Setembro
de 2015. Mas, também, na região francesa de Calais, fronteiriça com o Reino
Unido, assim como na Hungria, porta de entrada terrestre no espaço da União
Europeia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">20.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mas, como é que a Europa tem tentado debelar o problema?<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">i)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Começou
por combater os traficantes de refugiados, gente que, a troco de enormes somas
em dinheiro, facilita o trânsito desses desesperados;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">ii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A
Itália tentou reduzir os resgates de refugiados perdidos no Mar Mediterrâneo, com
isso, fazendo aumentar o número de mortes no mar;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">iii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Depois
do pronunciamento da Chanceler Alemão Angela Merckel e do Presidente francês
François Hollande, apelando ao acolhimento dos que demandam a Europa, por
motivos humanitários, propondo, inclusive, um sistema de quotas - <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>em função do estado da economia de cada país -
assistiu-se a uma mudança de atitude por parte de alguns países europeus, com
excepção dos países do Leste do continente, muito renitentes em acolher os
refugiados;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">iv)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Inicialmente
indisponível, o Reino Unido já flexibilizou a sua posição;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">v)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Porém,
outros países europeus mostram-se irredutíveis ao estabelecimento do sistema de
quotas proposto pela Alemanha e a França. Preferem, sim, uma modalidade mais “soft”:
uma decisão voluntária de cada Estado, e não uma imposição;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">vi)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O
estabelecimento do sistema de quotas foi secundado pelo Presidente da Comissão
Europeia, o luxemburguês Jean Claude Juncker, que englobaria 22 dos 28 Estados integrantes
da União Europeia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">vii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A
proposta de Jean Claude Juncker excluiria a Grécia, Itália e Hungria, a braços
com o fardo de serem a principal porta de entrada dos refugiados. Excluiria
ainda o Reino Unido, Dinamarca e Irlanda, por não integrarem o acordo comum
europeu sobre políticas de asilo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 75.3pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">viii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Do
ponto de vista financeiro, a União Europeia promete disponibilizar mil e
oitocentos milhões de euros para ajuda aos países africanos para conterem o fluxo
de refugiados que buscam abrigo na Europa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.3pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">21.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Estimativas apontam para cerca de 100 mil refugiados africanos já interceptados
no Mar Mediterrâneo, a caminho da Europa. Em 2014 terão sido 400 mil os que
cruzaram o mar para se refugiarem na Europa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.3pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">22.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">E como é que África tem reagido a este grave fenómeno que mina
profundamente os seus alicerces? Não faz nada? Faz pouco? Tem tido
pronunciamentos ambíguos? <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">23.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É evidente que o fenómeno migratório não é puramente africano. Ele é
também do Médio Oriente. Inclusive, decorre nesta altura um forte fluxo de
refugiados e de emigrantes ilegais em outras partes do Continente Asiático, uns
tentando escapar de áreas de conflito, outros em busca de soluções mais
favoráveis ao seu desenvolvimento.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">24.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A migração forçada nestes dois continentes é um fruto da intolerância dos
regimes políticos instalados, de conflitos históricos e de outros conflitos
mais recentes (sejam de natureza étnica e/ou religiosa), da pobreza profunda em
que uma boa parte das suas populações estão mergulhadas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">25.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De uma coisa tenho a certeza: nenhum dos países que “exportam” essa gente
– e nalguns casos, gente qualificada - ficará mais rico e mais seguro com a
saída das populações que buscam, noutras paragens, a paz e a segurança que lhes
é negada em casa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">26.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Previsivelmente, o presente fenómeno migratório virá a desencadear
fenómenos colaterais, de racismo, de xenofobia, de inadequação e rejeição… São
povos de diversas culturas e hábitos. São povos, pelo menos alguns deles, com
distintas interpretações sobre o modo de se viver em comunidade, muito
distintas daquelas que prevalecem na Europa – uma Europa onde se debate, a
todos os níveis, as múltiplas nuances do fenómeno da globalização.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">27.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nota interessante: Desde que o principal fluxo de refugiados passou a ser
de gente ida do Médio Oriente, especialmente da Síria, o “quadro fotográfico”
mudou… E, parece que a “consciência” da Europa também mudou… Mas tudo isso pode
ter uma explicação.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-66105244209408931852015-10-01T05:15:00.002-07:002015-10-01T05:15:38.698-07:00O PODER DAS AGÊNCIAS DE RATING
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As Agências de Notação de Risco de
Crédito, também conhecidas por Agências de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Rating</i>,
continuam a ter um forte poder de influência na economia e na política internacional,
mesmo que, num passado mais ou menos recente, algumas tenham sido pouco
rigorosas em suas avaliações. É o caso, por exemplo, da Standard & Poor´s (S&P)
que, no ano 2008, viu falir o Banco Lehman Brothers, depois de lhe ter dado nota
maculando, assim, a sua imagem e credibilidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A S&P avaliou positivamente a
saúde financeira do banco, garantindo, assim, a qualidade dos créditos
imobiliários “subprime” que estiveram na origem da enorme crise financeira que
abalou a economia norte-americana e que também afectou outras economias no resto
do mundo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O impacto do erro da S&P foi tão
grande e tão desastroso que levou, em 2013, a Procuradoria Geral
norte-americana a intentar uma acção judicial contra a agência, considerando
que ela ignorou as fragilidades dos investimentos em produtos financeiros
hipotecários. O alto <i style="mso-bidi-font-style: normal;">rating </i>atribuído
ao banco estimulou a apetência dos investidores que depois se viram
defraudados, por terem adquirido produtos financeiros “tóxicos”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Agora a S&P voltou a convocar a
atenção internacional, ao baixar o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">rating</i>
da economia brasileira, passando-o de BBB- para BB+, ou seja, fazendo o Brasil
perder a condição de “bom pagador” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">rating</i>
de investimento de qualidade), e atirando-o para a condição de “lixo” (“junk”,
em inglês).<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">rating</i>
de “bom pagador” atrai investimentos por parte, por exemplo, dos grandes fundos
de pensões, enquanto a condição de “lixo” produz o efeito contrário, estimulando
os investidores mais especulativos que, por regra, cobram juros mais elevados nos
mercados de capitais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Na altura em que escrevo este artigo,
apenas a S&P manifestou dúvidas sobre as possibilidades de o Brasil honrar
os seus compromissos. As outras duas agências de notação de risco de crédito,
as também famosas Fitch Ratings e Moody´s, ainda têm uma atitude mais comedida,
mesmo que emitindo sinais de puderem vir a seguir o mesmo caminho, baixando o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">rating</i> do país. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Caso uma dessas duas agências coloque
o Brasil com o perfil de “lixo”, tudo ainda se complicará mais, pois há
instituições financeiras cujos estatutos impõem a obrigatoriedade de virar as
costas a parceiros desclassificados para “lixo” por, pelo menos, duas agências.
A S&P avaliou também negativamente certas empresas brasileiras, como a
Petrobras, e mais de uma dezena de instituições financeiras, administrações regionais
e cidades.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Descida a cotação do país, os fluxos
dos empréstimos tendem agora a diminuir, ficam mais onerosos, sobem os juros, a
moeda desvaloriza-se, há aplicações financeiras a emigrar em busca de mercados
mais seguros, sobe a inflação, a economia perde impulso e aumenta o desemprego.
Sopram, pois, ventos muito aziagos sobre o Brasil - a sétima economia do mundo
- momento também não muito bom para mais economias emergentes, como a China e a
Rússia, por exemplo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Brasil não tem conseguido implementar
políticas mais rigorosas, fruto, em parte, dos compromissos sociais assumidos
pela anterior administração e seguidos pela actual, cujo reflexo é o Orçamento
do Estado para 2016 com défice primário de 30,5 mil milhões de reais, situação
agravada com os sucessivos escândalos de corrupção que minam a credibilidade da
classe política e de empresários articulados com ela.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É bom que o mau momento vivido pelo
Brasil sirva para reflexão no nosso país e para os nossos governantes. Apesar
de tudo, mesmo em crise, o Brasil tem uma porta por onde poderá escapar sem
grandes traumas, dado que se trata de uma democracia, não precisando, portanto,
de “inventar” inimigos, para depois perseguir ou mesmo reprimir… <o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-61352486904409175512015-10-01T05:14:00.002-07:002015-10-01T05:14:38.326-07:00AS CRISES QUE SE REPETEM
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A economia mundial vive, novamente,
sobre o “fio de navalha”, desta vez, fruto do rebentamento da “bolha chinesa”,
uma “bolha” que traz à memória a ainda não muito distante “bolha imobiliária”
que estoirou nos Estados Unidos da América, no ano de 2008 - desencadeando
ondas de choque um pouco por todo mundo – mas, também, a já mais longínqua
“bolha japonesa” da década de 1990. Vale, pois, a pena recuarmos um pouco no
tempo para percebermos algumas semelhanças entre “o antes” e “o agora”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Foi a “bolha especulativa japonesa”,
da década de 1990, que pôs fim ao chamado “milagre económico japonês”. Pela sua
expressão e importância, este “milagre económico” marcou uma boa parte da
segunda metade do século XX, dado que o Japão saía de uma guerra de enorme
devastação, a II Guerra Mundial, em que tinha alinhado ao lado da Alemanha Nazi
e a Itália Fascista. Em relativamente pouco tempo, recuperou a sua economia,
guindando-se à categoria de grande potência económica mundial. A partir de
1990, porém, sofreu um forte abalo económico, de que falarei de seguida.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A “bolha especulativa japonesa” foi,
de algum modo, um resultado da perniciosa articulação entre empesas japonesas e
o seu sistema bancário. Segundo opinião do economista norte-americano Paul
Krugman, “os bancos japoneses concederam créditos ao desbarato, sem atender à qualidade
dos devedores”, um facto gerador de “uma bola económica de proporções
grotescas”. Na tentativa de controlar a situação (a inflação propagou-se), o
Banco Central do Japão optou por aumentar drasticamente as taxas dos empréstimos
interbancários, causando a explosão da “bolha”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O mercado acionista japonês
ressentiu-se, sofrendo enormes quebras, arrastando consigo os bancos e as
companhias de seguros. O governo japonês interveio injectando liquidez no
sistema financeiro facilitando os empréstimos aos bancos comerciais e
concedendo crédito barato. Não obstante este fluxo financeiro, muitas empresas
foram falindo, causando a estagnação do Produto Interno Bruto do país, por
cerca de duas décadas. Sobreveio o desemprego e/ou aumentou a precariedade do
emprego. Empresas emblemáticas na economia japonesa, como a Toyota ou a Sony,
passaram a confrontar-se com a forte concorrência de rivais no Leste Asiático,
especialmente da Coreia do Sul.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Durante cerca de 12 anos, fruto da estagnação
do PIB japonês, a economia recuou face às da França, Reino Unido, Alemanha e
Canadá, por exemplo. O PIB <i style="mso-bidi-font-style: normal;">per capita</i>
também se degradou, bem como a eficiência laboral – até então uma das suas
grandes imagens de marca.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Face à deflação – queda dos preços - e
ao baixo crescimento económico, as autoridades japonesas optaram por estimular
a economia, aumentando o défice fiscal e criando uma maior pressão sobre a dívida
pública, tornada das maiores do mundo. (A dívida pública japonesa tem a
característica particular de ser contraída essencialmente no mercado doméstico
e no Banco do Japão). É, também, neste período que a economia japonesa perde
terreno face à chinesa - entretanto em rápido crescimento - ascende à posição
de segunda economia mundial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A “bolha especulativa
norte-americana” inicia com a chamada “crise do subprime”, catalogada por
alguns como tendo começado em 2006, e, por outros, em 2007, a altura em que
foi, de facto, revelada.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A “crise do subprime” decorreu da
concessão de empréstimos hipotecários de alto risco que levaram à falência de
instituições financeiras, repercutindo-se depois sobre as bolsas de valores de
praticamente todo o mundo. Esta crise é hoje tida como a mais perigosa depois
da de 1929, o prenúncio da “crise económica de 2008”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O “subprime” consistiu na concessão
de crédito a famílias e a indivíduos sem histórico ou com um histórico ruim, também
sem emprego ou com rendimento inadequado. Tal sistema funcionou enquanto o
valor do imobiliário permaneceu em alta, permitindo aos mutuários renovar os
empréstimos, para liquidar os empréstimos anteriores, dando os imóveis como
garantia. Com a subida das taxas de juro e a quebra no preço dos imóveis, as
famílias e os indivíduos tornaram-se inadimplentes, gerando a insolvência dos
bancos. Em consequência, as autoridades norte-americanas tiveram que intervir,
injectando liquidez no sistema financeiro e, inclusive, intervencionando
algumas empresas em crise – política nada do agrado dos sectores políticos mais
conservadores. Porém, os Estados Unidos da América conseguiram sair da crise, com
o mundo a respirar de alívio. Um alívio que, pelos vistos, foi de muito curta
duração…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A crise está de volta. Desta vez, e novamente, a partir da Ásia, mais
precisamente da China, com as autoridades monetárias chinesas a tentarem
minorar a crise com medidas idênticas às que já antes haviam sido tomadas, quer
pelas autoridades japoneses, quer pelas norte-americanas, na época das suas
respectivas crises: injeção de liquidez no sistema, redução das taxas de juro,
redução dos níveis das reservas obrigatórias dos bancos. Ainda a desvalorização
da moeda nacional, o yuan, como expediente para aumentar a competitividade das
exportações e redução das importações.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A economia chinesa esteve sobreaquecida durante muito tempo, em alguma
medida devido a factores pouco ortodoxos: um mercado acionista que viveu muito
à custa de dinheiro emprestado pelo sistema. Segundo a consultora britânica “Capital
Economics”, de Londres, somente 2% das acções no mercado chinês são detidas por
estrangeiros. Os restantes 98% estão em posse dos investidores locais, numa
autêntica “popularização das acções”. O modelo chinês procurou, pois, assentar
numa espécie de “capitalismo popular”, com acesso fácil ao crédito bancário,
por parte das empresas e cidadãos. Com a desaceleração da economia, um bom
número de investidores locais viu-se, pois, obrigado a desfazer-se das suas acções
para pagarem as dívidas contraídas, o que aprofundou ainda mais a crise.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Sendo a China a segunda maior potência económica do mundo, uma grande
potência exportadora e, também, uma grande potência importadora de “commodities”,
os reflexos da “sua crise” estão já a fazer-se sentir um pouco por todo o lado.
E os países exportadores de petróleo, como Angola, por exemplo, de modo algum
se verão livres dos seus impactos…<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-22754572241658946172015-10-01T05:13:00.002-07:002015-10-01T05:13:23.078-07:00A “DERRAPAGEM” DO ACORDO DE CONVERSÃO MONETÁRIA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Em Setembro de 2014, as autoridades
monetárias de Angola (BNA) e da Namíbia (Bank of Namíbia) assinaram um “Acordo
de Conversão Monetária”, de carácter limitado, garantindo a conversão das
moedas nacionais dos dois países, mediante determinadas condições:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 74.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">i)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os
angolanos adultos que pretendam entrar na Namíbia por terra - atravessando a
fronteira Santa Clara/Oshikango - poderiam converter, na parte namibiana,
kwanzas em dólares namibianos, até ao limite máximo de 500.000 kwanzas; para os
angolanos menores de 18 anos, o montante a converter teria como barreira
150.000 kwanzas;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 74.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">ii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As
pessoas singulares não residentes cambiais, maiores de 18 anos, seriam
autorizadas a cambiar um valor não superior a 250.000 kwanzas; por sua vez,
pessoas singulares não residentes cambiais, menores de 18 anos, poderiam
cambiar até um máximo de 50.000 kwanzas;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 74.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">iii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Dos
dois lados da fronteira haveria, pois, agentes autorizados - bancos ou casas de
câmbio - a realizarem a troca das moedas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O objectivo anunciado pelo Governador
do BNA foi o de facilitar as relações comerciais entre os dois países e, também,
garantir um mais exitoso contacto entre as suas populações, além de, desse modo,
se evitar a intermediação por moedas não emitidas nos dois países.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Recordo que, geralmente, os cidadãos
angolanos ou cambiavam no lado de cá da nossa fronteira, recorrendo a cambistas
informais, ou então, transportavam consigo dólares norte-americanos depois
aceites no território namibiano. Na Namíbia circula livremente que o dólar
namibiano, quer o rand sul-africano.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Creio eu que, com a nova medida, as
autoridades monetárias angolanas pensavam ser possível barrar ou, no mínimo,
reduzir o impacto do mercado informal de moeda instalado nas redondezas da nossa
fronteira.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mas, a nova medida não tomou em
devida conta o sentido do fluxo comercial entre os dois países e, muito em
especial, naquela área geográfica.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De um modo geral, o comércio corre no
sentido Namíbia – Angola, e não contrário, devido ao facto de ser maior a oferta
mercantil no país nosso vizinho. São os angolanos que vão fazer compras na
Namíbia, onde podem efectuar pagamentos quer em dólares namibianos, quer em rands
sul-africano.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tudo parecia estar devidamente preparado
e encaminhado, com os dois bancos centrais envolvidos na operação a criarem as
prévias condições técnicas e operacionais, realizando, inclusive, seminários em
todas as instituições bancárias e outros interesses. De seguida, publicitou-se
a entrada em vigor do Acordo, com toda a pompa e circunstância…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Não passou muito tempo, e, inesperadamente,
o Governador do BNA declarou, em Benguela, que o processo recentemente iniciado
havia perdido o “controlo”, ou seja, havia “descarrilado”, passando a
responsabilidade pelo “fiasco” à parte namibiana. Disse haver excesso de moeda
angolana a circular do outro lado da fronteira.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O excesso de kwanzas acumulado do
outro lado, só pode ter duas razões: i) ou são muitos os angolanos que
atravessam a fronteira, levando as quantidades estabelecidas no Acordo, fazendo
normalmente as suas transações; ii) ou há angolanos que atravessam a fronteira
com mais moeda nacional do que a permitida, transacionando-a do outro lado,
fora dos parâmetros definidos. Só que se atravessam a fronteira com excesso de
kwanzas, então, fazem-no com conivência do nosso lado.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Uma consequência natural desse fluxo vertiginoso de kwanzas para a
Namíbia tem sido a carestia de kwanzas nas instituições bancárias de Ondjiva e
Santa Clara, com repercussões negativas sobre quem aí vive.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Não me parece, pois, muito justo passar o ônus completo da actual
situação à parte namibiana, mesmo que ela admita ter convertido kwanzas em montantes
superiores ao acordado. Seria possível controlar esse câmbio, quando há
demasiados agentes autorizados a fazê-lo?<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Vejamos ainda o seguinte: caso um mesmo cidadão angolano faça múltiplas
travessias na fronteira, ele pode levar para o território namibiano avultados
valores em kwanzas e, naturalmente, realizar a sua troca. Com tal “esquema” até
conseguirá escapar à dificuldade que toda gente hoje sente para obter outras
divisas como, por exemplo, dólares norte-americanos.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-54258863329772950992015-10-01T05:12:00.002-07:002015-10-01T05:12:29.526-07:00O ÓNUS DA DESVALORIZAÇÃO DO YUAN
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Escrevi, nos últimos dias, um artigo de
opinião no qual abordei a questão da eventualidade de a moeda chinesa, o yuan,
vir a circular livremente nosso país. A acontecer, decorrerá de um “Acordo
Monetário” a ser firmado entre a China e Angola. Descrevi, então, duas razões
fundamentais para que tal venha a suceder: i) a crescente importância da
economia chinesa na arena internacional; i e a expansão do yuan, que tem vindo a
conquistar cada vez maior espaço no comércio mundial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A expansão do yuan no comércio
mundial aconteceu em simultâneo com a sua valorização face ao dólar, traduzindo-se
numa poupança nas transações comerciais com a China. Mas, agora, o Banco
Popular da China optou por desvalorizar o yuan, em cerca de 2%, e novamente em
mais 1,6%. No mercado chinês, o yuan perdeu valor em cerca de 3,6%, mas, nos
mercados globais, a perda foi ainda maior, atingindo os 4,8%. Trata-se, pois,
da maior desvalorização da moeda chinesa nos últimos 20 anos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Um dos principais questionamentos ao
modelo monetário chinês prende-se precisamente com o facto de as autoridades
chinesas puderem manipular livremente a sua taxa de câmbio, ganhando, assim,
vantagens sobre as economias cujas taxas de câmbio flutuam em função das regras
do mercado.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O modelo chinês de estabelecimento da
taxa de câmbio funciona nos seguintes termos: Todos os dias, pela manhã, o
Banco Popular da China anuncia um valor médio para a sua moeda, e é em torno
deste valor médio que ela se pode apreciar ou depreciar, até ao limite de 2%. É
nem mais nem menos que um sistema de bandas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Com o actual ajustamento de 3,5%, o
preço médio desceu, pois, para um nível mais baixo, a partir do qual agora se
realizarão as flutuações. A acção das autoridades chinesas provocou turbulência
nos mercados, com as bolsas a reflectirem os receios dos investidores, para
quem a economia chinesa estará, afinal, a portar-se muito pior do que antes se
supunha.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Quando se tornou perceptível o mau
desempenho da economia chinesa, levantou-se a hipótese de a autoridade
monetária optar por estimular a economia pela redução do nível das reservas
mínimas obrigatórias dos bancos comerciais junto do Banco Central. Uma medida
que complementaria, por exemplo, outras de carácter orçamental. Mas, a China
optou por desvalorizar fortemente a sua moeda, seguramente com vista a aumentar
o nível das suas exportações, tornando-as mais competitivas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É hoje sabido que a perda de
competitividade das exportações chinesas não decorre apenas do nível da sua
taxa de câmbio. Nos últimos tempos, os seus custos de produção aumentaram significativamente,
em especial pelo aumento do custo da força de trabalho. Os trabalhadores chineses
começaram a ser mais exigentes, reivindicando já por melhores salários.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As autoridades vêem reduzido o seu
campo de manobra, para limitar tais aumentos, temendo reacções em cadeia por
parte da classe trabalhadora. Com esse cenário, poderá, pois, estar a
aproximar-se o momento em que algumas empresas sedeadas na China se comecem a
deslocalizar para outros países com custos de produção mais baixos, e com leis
laborais mais rígidas. Consequência imediata para a economia chinesa: perda de
empregos. Outra consequência previsível: contestação social de que não é fácil
adivinhar os limites.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A política de baixos salários - que
foi a tónica do processo de crescimento da economia chinesa - tem, pois,
limites. Se é verdade que ela foi muito atrativa ao investimento, não deixa de
ser verdade que tem o reverso da medalha: retrai o poder de compra interno. É
ponto assente que uma economia como a chinesa não se pode apoiar apenas nas
exportações. Ela tem que assentar também numa grande capacidade de consumo
interno.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Embora a China tenha ainda hoje a maior população do mundo, “a política
do filho único” retraiu o seu crescimento demográfico. Talvez por causa disso,
se esteja já a preparar uma nova política, a “política de dois filhos por cada
casal”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Será que Angola sentirá os impactos da actual desvalorização do yuan?
Claro que sim. Se utilizar o dólar na compra de bens e serviços no mercado
chinês, eles ficarão mais baratos, por causa da maior cotação do dólar. Porém,
quando estiver a receber em yuan, os preços das suas exportações para a China (creio
que apenas de petróleo), então, estará a perder dinheiro.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-32274114051595069742015-10-01T05:11:00.002-07:002015-10-01T05:11:32.499-07:00A “LISTA MALDITA” DOS “CURSOS ILEGAIS”
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Emergiu recentemente uma polêmica em
torno da legalidade, ou não, de cursos superiores ministrados em certas
instituições de carácter privado, na sequência de uma notícia saída nas páginas
do Jornal de Angola. Pelo que me apercebi, poucas Universidades e Institutos
Superiores escaparam à denúncia de “ilegalidade”, inclusive, aquela a que estou
ligado, a UCAN. De imediato, houve uma clara rejeição por parte dos
responsáveis de algumas das instituições “acusadas”, nalguns casos,
consubstanciando-a com provas da legalidade dos cursos da “lista maldita”. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Universidade Metodista de Angola
(UMA) foi a primeira Instituição de Ensino Superior Privado a reagir
publicamente, e fê-lo por comunicado inserido na página nº 28 da edição de 2 de
Agosto do Jornal de Angola.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Com minúcia, a UMA procurou comprovar
a legalidade dos seus cursos tidos como “ilegais”, nomeadamente, o Curso de Arquitectura
e Urbanismo, e Gestão e Administração de Empresas, aprovados pelo Despacho
Executivo Nº 03/07, de 04 de Junho, assinado pelo então Secretário de Estado, Doutor
Adão do Nascimento, actual Ministro do Ensino Superior. O mesmo sucedeu com os Cursos
de Biologia, Cardiopneumologia, Economia, Desporto e Educação Física,
Reabilitação Física e Psicossocial, assim como Turismo e Gestão Hoteleira, todos
aprovados e autorizados pelo Despacho Executivo Nº 024/2011, de 21 de Dezembro,
assinado pela então Ministra do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, a Prof.
Doutora Maria Cândida Pereira Teixeira.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O comunicado da Universidade
Metodista de Angola (UMA) refere ainda que jamais “leccionou, requereu ou
submeteu quaisquer planos de estudos curriculares referentes a Cursos de
Engenharia de Petróleos, Engenharia Metalomecânica e Engenharia Aeronáutica”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Em defesa da sua honra e do seu bom
nome, a UMA refere também que a responsabilidade do envio para a publicação em
Diário da República dos Despachos Executivos mencionados é totalmente do
Ministério do Ensino Superior, protestando, em acrescento, contra a “adulteração”
da sua estrutura orgânica, quando lhe é atribuída uma não existente “Faculdade
de Economia”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Temos, pois, aqui, uma sucessão de
lapsos que, eventualmente, se podem igualmente estender a outras instituições
de ensino superior tidas agora como estando a ministrar cursos “ilegais”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Um comunicado datada de 10 de Março
de 2008, e assinado pelo Prof. Doutor António Miguel André, dizia taxativamente
o seguinte: <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“O Centro de Documentação e
Informação (CDI) da Secretaria de Estado para o Ensino Superior (SEES) vem por
este meio tornar público a lista das instituições de ensino Superior Privadas <u>em
funcionamento legal no país, bem como os cursos devidamente autorizados a serem
ministrados pelas mesmas</u>”. A lista dessas instituições “em funcionamento
legal no país” e com <u>cursos devidamente autorizados a serem ministrados
pelas mesmas</u> era encabeçada pela UCAN, a Universidade Católica de Angola.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nota: O sublinhado é meu.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">No que diz respeito à UCAN, o
comunicado da Secretaria de Estado para o Ensino Superior inseria o Diploma
Legal que a criou – o Decreto Nº 38–A/92, publicado no DR – Suplemento de 7 de
Agosto, e enunciava os <u>cursos legais</u>, nomeadamente: Direito, Economia e
Gestão, Gestão Financeira, Gestão da Produção e Marketing, Engenharia
Informática, Engenharia de Telecomunicações, Línguas, Literatura e
Administração, Psicologia Clínica, Psicologia do Trabalho e das Organizações. Estranhamente,
na lista dos “cursos ilegais” anunciada agora pelo Ministério do Ensino
Superior, constam precisamente os Cursos de Psicologia Clínica e Psicologia do
Trabalho e das Organizações, Línguas e Literatura, Administração e Tradução,
todos eles ministrados pela Faculdade de Ciências Humanas. Apresenta ainda como
“ilegal” o Curso de Engenharia de Telecomunicações. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Curso de Contabilidade e
Administração, ministrado na Faculdade de Economia e Gestão da UCAN, é outro “agraciado”
com a designação de “ilegal”. Contudo, num comunicado mandado publicar no
Jornal de Angola - na sua edição de 5 de Maio de 2009 - pela então Secretaria
de Estado para o Ensino Superior, discriminava como “cursos legais” da UCAN os
seguintes: Direito, com opções: Jurídico Forense, e Jurídico Económico;
Economia e Gestão, com opções: Economia, Gestão Financeira, Gestão e Marketing,
<u>Contabilidade e Administração</u>; Ciências Humanas, com opções: Línguas,
Literatura e Administração, Psicologia do Trabalho e das Organizações,
Psicologia Clínica; Engenharia de Informática, com opções: Informática,
Telecomunicações. Nota: O sublinhado é meu.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nesse documento da Secretaria de Estado para o Ensino Superior, constato
vários equívocos, nomeadamente:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">i)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Na
UCAN não existe qualquer curso denominado “Economia e Gestão”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">ii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A
estrutura da UCAN que ministra o Curso de Economia e o Curso de Gestão é que é
designada por “Faculdade de Economia e Gestão”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">iii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Por
sua vez, o Curso de Gestão possui duas vertentes: Gestão Financeira e Gestão da
Produção e Marketing.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O primeiro equívoco começou precisamente com a publicação em Diário da
República do Decreto Executivo Nº 46/04, de 20 de Abril, emanado do Ministério
da Educação, assinado pelo então Ministro da Educação, António Burity da Silva
Neto, que dizia taxativamente o seguinte:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“Através do Decreto Nº 38-A/92
(Suplemento), de 7 de Agosto, o Governo autorizou a Conferência Episcopal de
Angola e São Tomé (CEAST) a criar a Universidade Católica de Angola (UCA);” <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“Convindo aprovar cursos nele
ministrados ao abrigo do disposto nas alíneas b) e d) do artigo 33º n.º 2 do
Decreto-Lei nº 2/01, de 22 de Junho, conjugado com o designado no nº 3 do
artigo 33º do Decreto nº 35/01, de 8 de Junho;”<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“Nos termos do nº 3 do artigo 114º da
Lei Constitucional, determino:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">ARTIGO 1º<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">(Criação dos cursos)<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">São criados na Universidade Católica
de Angola os seguintes cursos superiores:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo3; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">a)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Curso superior de ciências humanas;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo3; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">b)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Curso superior de direito;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo3; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">c)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Curso superior de economia e gestão
(curso diurno);<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo3; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">d)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Curso superior de economia e gestão
(curso pós-laboral);<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo3; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">e)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Curso superior de engenharia e
informática.”<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Decreto Executivo nº46/04, de 20
de Abril, do Ministério da Educação, tinha, pois, várias incorreções, que se
tornaram geradoras de conflitos, uma vez que passou a ser muito complicado o
reconhecimento dos certificados de fim de curso, quando solicitados pelos
ex-estudantes da Faculdade de Economia e Gestão da UCAN. A estrutura
ministerial passou a questionar a designação dos seus cursos. O mesmo vindo a
suceder com os certificados de ex-alunos da Faculdade de Ciências Humanas, a
quem se exigia que os seus cursos se designassem por “Curso Superior de
Ciências Humanas”, sendo as restantes designações tidas apenas como
especialidades desse suposto “Curso”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Note-se que a inserção no Diário
da República dos Despachos Executivos que legalizam os Cursos Superiores é da
inteira responsabilidade do Órgão da Tutela, e não dos destinatários, ou seja, das
Universidades ou Institutos Superiores. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Por fim, a dita “ilegalidade” do Curso de Teologia, ministrado na UCAN. O
Diploma Legal que cria a Universidade Católica de Angola, o Decreto nº 38-A/92,
de 7 de Agosto, no nº 2 do ARTIGO 3º diz o seguinte:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“A abertura dos cursos, <u>salvo o
das Ciências Teológico-Filosóficas</u> será requerida ao Ministério da Educação
até ao fim do 1º trimestre do ano lectivo que antecede a data prevista para o
seu início…”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">E diz ainda o nº 4 do mesmo ARTIGO
3º: <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“Os cursos ministrados na
Universidade Católica de Angola, com excepção dos da área das Ciências
Teológico-Filosóficas enquadram-se no sistema Nacional de Educação e Ensino.”<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Há nesse importante Diploma Legal de criação da UCAN, um regime de
excepção para os Cursos das Ciências Teológico-Filosóficas, de que destaco
também o inserido no ARTIGO 4º, quando diz: <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">“O acesso aos cursos ministrados pela
Universidade Católica de Angola, <u>salvo a área das Ciências
Teológico-Filosóficas</u>, estará sujeito aos critérios legalmente fixados para
o Ensino Superior Público, independentemente de outros estabelecidos pela
Instituição.”<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Por esse conjunto de factos, não vejo como enquadrar o Curso de Teologia,
ministrado na UCAN, na “lista maldita” dos “Cursos ilegais” que tanta polêmica
estão a gerar no nosso país, com implicações de vária ordem, quer interna, quer
externamente.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">17.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Seria, pois, desejável, que tudo isso, afinal, fosse esclarecido, sob
pena de vir a causar danos irreparáveis sobre as pessoas, sobre as instituições
e, inclusive, sobre o país. <o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-36037796031241462662015-10-01T05:10:00.002-07:002015-10-01T05:10:20.450-07:00A “CRISE PETROLÍFERA” E A “ANGOLANIZAÇÃO”
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É quase inquestionável a
possibilidade de a actual “crise petrolífera”, decorrente da acentuada baixa do
preço do petróleo no mercado internacional, se vir a manter nos próximos anos, por
causa da descoberta de novas reservas, um pouco por todo o mundo, e também pela
cada vez maior diversificação de fontes alternativas ao seu consumo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É bom, porém, dizer que a expressão
“crise petrolífera” tem praticamente um único sentido, o sentido em que estão
situados os países produtores mais dependentes das suas receitas. É aqui onde
se localizam países como, por exemplo, a Nigéria, Argélia, Venezuela, Iraque,
Angola, Líbia, etc. Mas, igualmente, a Rússia, importante na cena
internacional, porém, demasiado dependente das receitas provenientes dessa
matéria-prima.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Casos como EUA, Canadá, Brasil, Reino
Unido, ou Noruega, grandes consumidores/grandes produtores, pouco ou nada
dependem das receitas de exportação de petróleo, para o equilíbrio das suas
balanças comerciais. Os preços baixos desta matéria-prima afectarão, sim, as suas
multinacionais espalhadas um pouco por todo o mundo. Esse ônus recairá sobre
si, competindo-lhes, por isso, encontrar soluções capazes de melhor rentabilizar
o seu negócio. Mesmo que as suas receitas globais se estreitem, o impacto na
economia dos seus países de origem pode até passar desapercebido, tão vastas e
tão múltiplas são essas economias.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A “crise petrolífera” dos nossos dias
beneficia os restantes países, sejam eles grandes ou pequenos consumidores. Os
grandes consumidores/não produtores, como a França, Alemanha, ou a Itália, por
exemplo, saem a ganhar, pelos preços baixos da importação do petróleo e pelos
lucros das suas multinacionais que exploram esse produto nos diversos
quadrantes do mundo. Os grandes produtores/pouco consumidores, a exemplo dos
países do Médio Oriente, pouco ou não sentirão os seus impactos, têm almofadas
financeiras bastante confortáveis. Os países pouco desenvolvidos e importadores
de petróleo ganham claramente com os actuais preços. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Em resumo, esta é uma “crise” que não
é para todos. Para alguns - e não são poucos - ela é mesmo uma “bênção”. O
resultado a obter por cada um dependerá do seu papel no complicado xadrez.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A geopolítica do petróleo tem estado
muito ligada ao Médio Oriente e à OPEP, e tem sido objecto de uma leitura
dicotómica: países produtores/países consumidores; países desenvolvidos/países
pouco desenvolvidos; países industrializados/ países pouco industrializados.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Desenha-se agora uma nova
configuração mundial, com a descoberta de novas reservas, quer as provenientes
do xisto norte-americano (que também existe em outras partes do mundo), quer as
areias betuminosas do Canadá, bem como o pré-sal do Brasil e o óleo pesado da
Venezuela. Requerendo todas elas processos inovadores de exploração, pela
certa, provocarão reestruturações e uma nova dinâmica regional e mesmo mundial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O consumo diário mundial de petróleo
ronda agora os 92 milhões de barris de petróleo, um valor ligeiramente superior
ao do ano anterior. O crescimento do consumo tem sido especialmente devido a
países antes tidos como periféricos, não pertencentes à OCDE. São, por exemplo,
a China e a Índia e mais alguns países asiáticos os principais motores do
crescimento da economia mundial (que deverá rondar este ano em cerca de 3,6%)
e, também, as grandes alavancas do consumo de petróleo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tal como temos assistido a uma
alteração estrutural no consumo, existe igualmente uma alteração estrutural na
produção, com perda de influência relativa por parte da OPEP, e o aumento da
oferta a provir essencialmente de países fora da OPEP.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Angola prevê atingir a meta de 2 milhões de barris/dia em 2016 e manter
esse nível de produção nos 5 anos seguintes. Não obstante tal previsão de
crescimento da produção de petróleo, os actuais baixos preços internacionais
dificilmente serão compensados pelo aumento da produção. Crê-se mesmo que os
preços poderão baixar, caso o Irão retome a sua posição na oferta mundial de
petróleo. Trata-se de um país com imensas reservas e que constituiu “stocks”
que poderá lançar no mercado, depois de levantadas as sanções internacionais
que lhe foram aplicadas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Pelo menos, pelo discurso oficial, Angola pretende alterar o seu rumo, com
os responsáveis da Sonangol a falarem em reduzir os seus custos de
desenvolvimento e os seus custos operacionais. É uma boa notícia. Contudo, os
sinais vindos de algumas empresas vinculadas à exploração do petróleo angolano
não são os mais animadores. Ouve-se falar em redução do seu nível de
actividade, com implicações sérias sobre o volume de emprego. Trabalhadores
angolanos começam a ser dispensados.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Não obstante a queda do preço do barril de petróleo, a Total - a
multinacional francesa que emprega cerca de 2.000 trabalhadores angolanos (50%
do seu efectivo) - manifesta a intenção de não reduzir a actividade em Angola.
Alega que os seus custos de produção rondam os usd 30, um valor ainda assim
recompensador face aos actuais baixos preços.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A recente visita a Angola do Presidente francês, François Hollande, veio
reforçar essa posição, inclusive, com o anúncio de novos investimentos. Mas é
preciso compreender isso, pois a França é um dos países industrializados mais
dependentes da importação de petróleo e, nalguns casos, de petróleo proveniente
de regiões demasiado instáveis, quer em África, quer no Médio Oriente.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A promessa francesa de desenvolvimento da sua actividade no nosso país
pode, porém, colidir com a nossa capacidade de resposta ao desígnio
governamental de crescimento da política de “angolanização” no sector.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O processo de “angolanização” deve ser visto em duas perspectivas: por um
lado, o aumento do número de angolanos nas companhias que operam no nosso país;
por outro lado, o desenvolvimento de empresas participadas por angolanos,
integradas no vasto tecido que envolve a actividade petrolífera.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Sendo este sector cada vez mais dinâmico, objecto permanente de inovações
e de aplicação de novas tecnologias, a questão que se coloca é a de sabermos se
temos velocidade suficiente para nos dotarmos de quadros competentes para
rivalizarem com os concorrentes estrangeiros, uma vez que as empresas estarão
cada vez mais sujeitas à competição entre si. É que quem se atrasar na inovação
e na capacitação dos quadros, perde terreno. E quem perder terreno, falece.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">17.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mesmo com o demasiado “suporte externo” recentemente declarado pelo PCA
da Sonangol, ficou claro que ela se tornou muito ineficiente. Um “suporte
externo” exagerado que, inclusive, ao longo destes anos, subalternizou os
quadros nacionais formados e empregados pela companhia.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-73510520963513574662015-10-01T05:09:00.002-07:002015-10-01T05:09:23.498-07:00O “CRASH” DA BOLSA CHINESA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A notícia segunda a qual as
principais bolsas chinesas vivem uma situação de “crash”, é demasiado
inquietantes, pois se trata da segunda maior economia do mundo. Os números
anunciados são assustadores: em apenas num mês, houve uma perda de 32% de valor
bolsista, e 75% das empresas cotadas nessas Bolsas foram suspensas. Isto
remete-nos para o fatídico ano de 1929, nos Estados Unidos, com o rebentamento
da “bolha especulativa” que despoletou “A Grande Depressão”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Oficialmente, “A Grande Depressão”
iniciou no dia 24 de Outubro de 1929, embora, já desde Julho desse ano se
viesse a registar uma acentuada queda na produção industrial norte-americana. No
dia 24 de Outubro, ruíram as acções na Bolsa de Nova Iorque, o que lhe valeu a
designação de “A Quinta-Feira Negra”. Do dia para a noite, milhares de
accionistas perderam boa parte das suas poupanças – nalguns casos, inclusive, a
totalidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Situação dramática: deflação;
encerramento de empresas; aumento exponencial do desemprego; redução
assustadora do PIB. O fenómeno depressivo prosseguiu e espalhou-se um pouco por
todo o mundo, muito em especial na Europa mas, ainda, no Canadá e Austrália. Escaparam
alguns países pouco industrializados - <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e
a União Soviética, uma “economia fechada”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Em 1933, inspirado nas ideias do
economista inglês, John Maynard Keynes, autor da “Teoria geral do emprego, do
juro e da moeda”, o Presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt,
definiu o seu “New Deal”, com as seguintes traves-mestras: i) Investimento
maciço em obras públicas – para gerar milhões de empregos; ii) Destruição dos “stocks”
de gêneros agrícolas – para conter a queda dos seus preços; iii) Redução da
jornada de trabalho – para criar mais postos de trabalho; iv) Fixação do
salário mínimo; v) Assistência médica gratuita; vi) Criação do
seguro-desemprego e do seguro – velhice, para maiores de 65 anos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Eis a explicação para o rebentamento
da “bolha especulativa” na China: O mercado bolsista foi estimulado por margens
bastante atractivas, aliadas a uma política deliberada do poder chinês de
incentivo a aplicação de poupanças em acções, por parte do cidadão comum, o que
resultou em sobrevalorização artificial dos activos. Agora a “bolha” estourou, desencadeando
um apressado recurso à venda dos activos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As autoridades chinesas buscam agora
soluções imediatas como, por exemplo: i) impedimento, durante seis meses, da venda
de acções por accionistas que detenham mais de 5% do valor das empresas; ii) limitar
os montantes de crédito destinados à compra de acções; iii) impedimento às
empresas estatais de negociarem acções na bolsa; iv) suspensão de novas
entradas na Bolsa; v) injecção de liquidez; vi) criação de um fundo apoiado por
vários intermediários financeiros; etc. Medidas até agora ineficazes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O “crash” da Bolsa chinesa produzirá
ondas de choque sobre as principais bolsas internacionais, e, sobretudo, fará diminuir
a aquisição de matérias-primas. Penso que Angola terá certa dificuldade em escapar
à actual má prestação do grande parceiro estratégico.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-32638237935396370322015-10-01T05:08:00.000-07:002015-10-01T05:08:00.314-07:00AFINAL, A NOSSA VIDA ESTÁ PEJADA DE EQUÍVOCOS…
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">No
último sábado, chamou a minha particular atenção, uma crónica enviada à LAC
pelo jornalista e académico angolano José Gonçalves. Sobretudo, pelo seu título
bastante sugestivo: “Dois Equívocos”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O
primeiro dos “equívocos” prendia-se com uma das razões apresentadas pelas
nossas autoridades para a recente prisão de dezena e meia de jovens activistas,
acusados de estarem “a atentar contra a ordem constitucional estabelecida”,
preparando um “Golpe de Estado”, e, inclusive, urdindo “um atentado contra a
vida do Chefe de Estado”. O outro “equívoco”, já mais ligado ao exterior,
prendia-se com uma declaração proferida pelo Presidente norte-americano, Barack
Obama, aquando da visita à América da Presidente do Brasil, Dilma Roussef.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Vou
começar pelo segundo “equívoco”, assinalado por José Gonçalves. Não sei com que
intenção, no encontro com Dilma Roussef, o Presidente norte-americano disse que
o Brasil era “uma potência global”, facto que despertou a atenção de José
Gonçalves, para quem o Brasil ainda está longe de ser tomado como “uma potência
global”. Para sustentar a sua asserção, destacou a actual situação económica do
Brasil - com um assinalável mau desempenho - juntando a isso os sucessivos
escândalos, envolvendo não apenas figuras do mundo económico e empresarial como,
também, político que o abalam e desacreditam o país perante a comunidade
internacional. Para o jornalista e académico, para ser “potência global” o
Brasil teria que ter outros condimentos, como os que possuem, por exemplo, os
países do G7, e poucos países mais, como a China e a Rússia.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Segundo
José Gonçalves, o segundo “equívoco”, o de Barack Obama, podia ter um efeito
positivo para a imagem e, sobretudo, para o próprio “ego” de Dilma Roussef, ela
que, no seu país, tem uma popularidade demasiado em baixo, com, inclusive,
manifestações públicas pedindo a sua destituição do cargo. Por outro lado, se
questionado pelos seus pares na política norte-americana, Barack Obama defender-se-ia
dizendo que teriam sido meras palavras de circunstância, para agradar a
visitante. Far-lhe-ia bem tal “piropo”, sobretudo, depois do “desaguisado” desencadeado
pela denunciou da espionagem aos meios de comunicação de Dilma Rousseff, feita pela
Agência Norte-americana de Segurança (NSA), e também a outros importantes
políticos brasileiros ou mesmo figuras de destaque do mundo empresarial. O
segundo “equívoco” não é, pois, nada por aí além. É apenas um “fait-divers”…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O
primeiro “equívoco” - o de cá de dentro - esse, sim, é elevado à breca… As
autoridades angolanas denunciaram a preparação de um “golpe de Estado”,
perpetrado por um diminuto conjunto de jovens activistas. Quinze no total. Pelo
menos, até agora. Os jovens activistas estão detidos em cadeias fora de Luanda
– talvez para os afastar de possíveis cúmplices. Sim, porque um “golpe de
Estado” com apenas 15 jovens é algo mirabolante… Tinha que haver mais
implicados, pelo menos indirectamente…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ah!…
Havia já uma “Lista subversiva” integrando os próximos órgãos governativos a
todos os níveis e em todas instâncias do poder… A “Lista” contemplaria um
suposto “Governo” (que já circula profusamente nas redes sociais), de que eu
seria o “Vice-Presidente” (com pomposas “competências executivas”), chefiado
por um religioso actualmente a contas com a justiça, depois do seu envolvimento
com as autoridades num confronto bélico que ficou marcado por muitas mortes. O
dito religioso sairia, pois, dos calabouços para a ribalta da política. Que nem
Nelson Mandela… <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Na
ocasião da detenção, segundo informações postas a correr, os jovens “sediciosos”
estariam a estudar, em ambiente colectivo, um livro inspirado denominado “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Da Ditadura à Democracia</i>”, com destaque
internacional, da autoria do norte-americano, Gene Sharp, hoje conhecido em certos
círculos internacionais como o “Maquiavel do Pacifismo”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">8.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Na
sua habitual crónica de Sábado aos microfones da LAC (Luanda Antena Comercial),
o jornalista e académico José Gonçalves disse: “O Senhor Gene Sharp é tido como
a personificação da resistência serena…; Ele advoga métodos pacíficos de
resistência contra regimes autoritários ou mesmo ditatoriais…; A sua base de
inspiração são os métodos recomendados por Mahatma Ghandi, por Martin Luther
King, e por outros pacifistas de renome universal e que deixaram bem vincada a
sua marca na história da Luta pelos Direitos Humanos e dos Povos.”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">9.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Quem
se inspira em Gene Sharp dificilmente pode, pois, ser tido como apologista de
métodos violentos para as transformações sociais… Tem que haver aqui, pois, um
grande “equívoco”… Algo pode não estar a bater certo: jovens “golpistas”
inspirados num pacifista, mesmo que tido por alguns como “O Maquiavel do
Pacifismo”? Torna-se difícil engolir este “equívoco”…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">10.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O “equívoco” só pode estar no título
da obra ou, sobretudo, na expressão “derrubar ditaduras”… Veio-me, então, à
memória, um episódio que se passou comigo, já lá vão muitos anos…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">11.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Em 1970, estava preso no Tarrafal e a
minha mãe decidiu enviar para mim alguns dos meus livros de estudo. Eu era Estudante
de Medicina, quando a PIDE decidiu prender-me e aos meus Companheiros. Movida
da sua habitual e característica boa-fé, a minha mãe conseguir fazer chegar ao
Tarrafal um lote de livros, entre os quais um livro de Biologia Médica
intitulado “A Célula”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">12.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O Director do Campo do Tarrafal,
Eduardo Vieira Fontes, era uma personalidade controversa: católico fervoroso –
dizia que, antes de tomar qualquer decisão, aconselhava-se com Deus… Por isso,
tinha sempre consigo um terso; gostava de ler, mas sempre com o cuidado de
“saber escolher” os livros, quer para ele, quer para os presos…; profundamente
anticomunista – dizia que o comunismo era contra a própria natureza humana…;
não fugia sistematicamente ao diálogo político, que ele aceitava, mas
demarcando-se sempre de nós, dizendo, por exemplo, que não se considerava um “fascista”
mas, sim, um cristão-democrata.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">13.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">“Fascista, eu não sou” – dizia,
peremptório, o Director do Campo. Que era exagerado apelidar o regime vigente
de fascista: “O Senhor Presidente do Conselho, o Professor Marcelo Caetano é,
sim, um cristão”. E ele, “Dadinho” Fontes, era um democrata inspirado nos
cânones do cristianismo. Estava, assim, o assunto resolvido, com os campos
políticos e ideológicos demarcados. “Sr. Justino Pinto de Andrade, espero que
entenda o que nos diferencia!...” – Dizia o Director.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">14.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A minha querida mãe, sempre muito
preocupada com o bem-estar dos seus dois filhos presos - eu e o Vicente - enviou-nos
livros, entre os quais, como já disse, um livro de Biologia Médica, intitulado “A
Célula”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">15.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Muito precipitadamente, o “Dadinho”
Fontes, Director do Campo, decidiu apreender “A Célula”. Deixou, porém, entrar
os outros. Logo, desconfiei do “equívoco” do Dadinho Fontes.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">16.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Fiz uma “pretensão” – era assim que
se denominava a ficha que tínhamos que preencher para sermos recebidos pelo
Director. Fui recebido pelo “Dadinho” Fontes também por outros motivos, como,
por exemplo, para reclamar sobre a qualidade da comida ou outras coisas.
Embora, desta vez, a “maka” fosse o livro…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">17.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Recebido pelo “Dadinho”,
perguntei-lhe do porquê ele ter retido o livro que a minha mãe tão custosamente
me queria fazer chegar. O “Dadinho” respondeu-me, no estilo que lhe era característico:
“Sr. Justino Pinto de Andrade, por aquilo que leio nas cartas que a vossa mãe
vos envia, tenho-a como uma senhora muito sensata… Até nutro por ela estima
pessoal. Só não consigo compreender como é que ela, sabendo que o objectivo da
vossa prisão não é propriamente castigar-vos, mas, sim, recuperar-vos, envia
para o Justino um livro de teor profundamente comunista, onde se dão instruções
sobre como se organizarem células para a subversão”. “Não posso, pois, aceitar
que tenha na sua cela um livro desse teor. Porque este não é o espaço para
vocês continuarem a organizar células…”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">18.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O “Dadinho” Fontes, Director do
Campo, que até era um homem lido, com formação superior, estava a meter o pé na
poça… Muito diplomaticamente – mesmo na cadeia, nunca perdi o “fair-play” - fiz
compreender ao Director “Dadinho” Fontes que o livro nada tinha de subversivo;
que era apenas um livro de Medicina e que, portanto; não iria perturbar em nada
o nosso “processo de recuperação”…<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">19.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sempre que, por qualquer motivo, eu fizesse
uma “pretensão”, ele dizia: “Vocês têm que sair daqui “recuperados para a
sociedade, livres dos vossos ideais subversivos… ”.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">20.<span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Enfim, este foi, pois, um dos
primeiros grandes “equívocos” com que me defrontei ao longo da minha vida. Mas,
com o decorrer do tempo, e com tudo a que tenho assistido na vida, já não tenho
dúvidas: Afinal, a nossa vida está muito pejada de “equívocos”…<o:p></o:p></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-4530830596279641692015-07-10T07:59:00.001-07:002015-07-10T07:59:19.150-07:00A EVENTUAL ENTRADA DO “YUAN” E A CRISE DA BOLSA CHINESA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Esta manhã, quando me dirigia à
Universidade, o meu filho Nelito ligou para mim, não só para me saudar e saber
como tinha passado o dia de ontem, como também para pedir-me opinião sobre a
possibilidade de o “Yuan” - a moeda oficial chinesa - vir a ter livre curso em
Angola.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A questão de uma eventual livre
circulação do “Yuan” no nosso país começou a ser colocada aquando da visita de
José Eduardo dos Santos à China. Esta e outras questões tornaram-se, pois, tema
de debate, tendo mesmo ocupado largos espaços nas redes sociais, muitas vezes
envolvidos em grande emotividade. É sempre salutar que os cidadãos se preocupem
com a sua economia e a sociedade. Nada disso se deve ver com “subversivo”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É evidente que, pela complexidade do
assunto, tratá-lo de forma séria e profunda requer espaço adequado e tempo
bastante, pois não se trata de um assunto linear e apenas com implicações de
curto prazo. A entrada de mais uma moeda forte no mercado do nosso país tem
repercussões estruturais que não podem ser negligenciadas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Para encurtar caminho e ao mesmo
tempo procurar satisfazer a curiosidade do meu filho Nelito, lá lhe fui dizendo
que, a ser verdade aquilo que já se comenta, teríamos então 4 moedas a circular
na nossa economia, mesmo que uma delas - o “Euro” - seja quase sempre procurada
por quem pretende sair do país com destino ao espaço da EuroZona. O “Dólar” é
aquela que mais circula na economia internacional.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O “Kwanza”- a nossa moeda oficial - e
o “Dólar” - a moeda norte-americana - são dominantes entre nós, e o “Yuan”
passaria então a rivalizar com elas, com forte probabilidade de se vir a
afirmar no mercado, dado o volume das transações que o nosso país realiza com a
China, que tendem mesmo a aumentar com o incremento dos acordos comerciais e
financeiros.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O meu receio, porém, é que o “Kwanza”
venha a perder competitividade, pelo facto de a moeda chinesa ter um suporte
administrativo muito grande, o que faz que ela seja hoje um dos principais cavalos
de batalha, no relacionamento económico entre a China e as autoridades
norte-americanas e europeias. É que a moeda americana e a europeia têm o seu
valor relativo definido pelas regras do mercado, o que não sucede com a moeda
chinesa, livremente manipulada pelas autoridades chinesas, provocando
desequilíbrios.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Se a moeda chinesa tiver livre curso
em Angola, a tendência natural será as empresas chinesas aqui instaladas transacionarem
em “Yuan”, e não em “Kwanzas”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os angolanos que compram produtos na
China – e não são poucos – procurarão também acumular “Yuans”, para mais
facilmente realizarem as suas transações naquele país. O “Kwanza” estará, pois,
a competir com uma moeda demasiado alavancada pelas autoridades do seu país, um
país que possui das mais elevadas reservas internacionais do mundo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Foi isso o que eu disse ao meu filho
Nelito, ele que é, tal como eu, muito atento aos fenómenos internacionais, quer
políticos, quer económicos, quer sociais. O que me dá orgulho.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tão logo acabei essa conversa, surgiu a notícia de que a China estaria a
viver uma situação de “crash” na sua Bolsa, com um afundamento em 32% da “Bolsa
de Xangai”, apenas num mês, facto que levou a suspensão de 75% das empresas
cotadas nessa Bolsa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Diz-se agora que a actual situação na China faz recordar aquela que se
viveu nos EUA no ano de 1929, quando rebentou a “bolha especulativa” que levou
ao fenómeno que ficou para a história com o nome de “A Grande Depressão”,
antecedente à instalação do fascismo e do nazismo na Europa. E à “caça às
bruxas”, nos Estados Unidos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A presente “bolha especulativa” na China é vista nos seguintes termos por
um analista financeiro internacional: “Tudo aconteceu pelo facto de uma
significativa parte do mercado ter investido com recurso à “leverage”
(alavancagem), uma opção que em casos de inversão rápida da tendência,
tipicamente implica fortes variações, quando as posições de investimento são
fechadas abruptamente”. Ou seja: o mercado bolsista estava a ser estimulado por
margens bastante atractivas, aliadas a um crédito fácil, o que conduziu a uma
sobrevalorização dos activos”. Até que a “bolha” estourou.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O “crash” da Bolsa chinesa, já visto como um verdadeiro “tsunami”, está a
afectar em cadeia uma série de empresas, um pouco por todo o mundo. Está,
inclusive, a perturbar o mercado das matérias-primas, de que a China é o
principal cliente mundial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 39.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As autoridades chinesas buscam agora soluções imediatas para esta crise
como, por exemplo: impedindo a venda de acções por accionistas qualificados,
suspensão de novas entradas na Bolsa, injecção de liquidez, criação de um fundo
apoiado por vários intermediários financeiros, e até compras por parte de
fundos de pensões do país. Medidas que ainda não produziram os efeitos
esperados. Temos, pois, aqui, conversa para prosseguir e sobre a qual devemos
reflectir.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-87768883027732683302015-06-24T08:36:00.002-07:002015-06-24T08:36:42.743-07:00“O ATENTADO” E “O GOLPE” – 46 ANOS DEPOIS
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Participei, em 2008, nas instalações
da Assembleia da República Portuguesa, num colóquio internacional comemorativo
do 35º aniversário do encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal (Cabo
Verde), organizado por personalidades portuguesas ligadas ao movimento cívico
“Não Apaguem a Memória”, que decidiram atribuir ao colóquio este simbólico
título: “Tarrafal, uma prisão de dois continentes”. Com tal designação, os
organizadores pretenderam evocar as duas grandes etapas do Campo de
Concentração do Tarrafal.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A primeira etapa do Campo do Tarrafal
(1936/1954), correspondeu ao período em que por lá passaram (e muitos morreram)
oposicionistas portugueses como, por exemplo, o então líder do Partido
Comunista Português, Bento Gonçalves (morto em 1942), Gabriel Pedro - pai do
meu amigo, agora nonagenário, Edmundo Pedro - mas, igualmente, Fernando Alcobia
e Joaquim Faustino Campos, entre outros resistentes de diversas sensibilidades
políticas. A segunda etapa (1962 a 1974) diz respeito ao período em que esse
Campo de Concentração esteve povoado por presos políticos oriundos de Angola,
Guiné-Bissau e Cabo Verde.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É bom, porém, assinalar também que,
na segunda fase do Campo, coexistiram, mesmo que em áreas separadas, presos
políticos com presos de delito comum cabo-verdianos. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Eu e o Manuel Pedro Pacavira, hoje
Embaixador, antigos presos políticos do Campo do Tarrafal, representámos os
presos angolanos. O Jaime Cohen e o Luandino Vieira, também convidados, não
estiveram presentes, embora o primeiro tenha mandado o seu depoimento por
escrito.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Ex-Secretário Executivo da CPLP,
Luís Fonseca, representou a geração dos presos políticos cabo-verdianos, tendo ainda
participado como oradora a resistente cabo-verdiana Maria da Luz Boal (Lilica),
esposa do Médico Manuel Boal (angolano radicado em Cabo Verde, onde assumiu cargos
de enorme responsabilidade), ele também resistente do processo anticolonial,
que a partir de certa altura, passou a militar no PAIGC, juntamente com Amílcar
Cabral.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Maria da Luz Boal é filha de “Nhá
Beba”, figura grande da Vila do Tarrafal) e de Nhô Papacho, um casal que se
mostrou sempre solidário com os presos, e a quem alguns muito ficaram a dever. Recordo-me
também ter estado presente no colóquio, como orador, um ex-tarrafalista oriundo
da Guiné-Bissau, Joaquim Lopes da Costa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nesse ano de 2008 ainda viviam três ex-tarrafalistas
resistentes antifascistas portugueses, dois dos quais se fizeram presentes: Edmundo
Pedro, com um rico depoimento, percorrendo o seu longo e multifacetado caminho
de vida, e Joaquim de Sousa Teixeira, que, por estar já demasiado debilitado,
se fez ouvir pela voz da esposa, numa narrativa sobre a luta e a vida
clandestina de ambos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O colóquio, “Tarrafal, uma prisão de
dois continentes” foi aberto pelo então Presidente da Assembleia da República
Portuguesa, Jaime Gama, ladeado pelo Ministro da Justiça de Portugal, Alberto
Costa e pela Governadora Civil de Lisboa, Dalila Araújo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Fez parte do painel em que fui
orador, um oficial do Marinha portuguesa, Miguel Judas, integrante do MFA
(Movimento das Forças Armadas) em Cabo Verde, com a patente de Major, aquando
da libertação do Campo do Tarrafal. Foi testemunha do momento da minha
libertação e dos restantes companheiros, e apresentou-me à plateia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A determinada altura, Miguel Judas questionou-me sobre se era verdade que
uma das razões de a PIDE (a polícia política portuguesa) ter decidido prender-nos
– a mim e ao meu grupo – teria sido o conhecimento de que pretendíamos matar o
então Primeiro-Ministro português, o Professor Marcelo Caetano, durante a
visita que estava programada a Angola. Respondi-lhe que não era bem assim, que
não queríamos matar, mas, sim, “aplicar-lhe um susto”, um “susto” que produziria
uma forte repercussão interna e internacional.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É evidente que um tal “arrepio” aplicado, em Luanda, ao Professor Marcelo
Caetano seria um acto forte e muito mobilizador para a nossa luta de libertação,
e lançaria por terra a propaganda colonial, segundo a qual a nossa luta era
apenas levada a cabo por um punhado muito restrito de pessoas, geralmente
alimentadas a partir do exterior. Agindo assim, cá dentro, em Luanda, o
“arrepio” ao Presidente do Conselho fascista e colonialista valeria muito mais
do que vários ataques a colunas do exército português nas picadas do interior… “A
nossa verdadeira intenção não era matá-lo, mas, apenas, pregar-lhe um ‘susto´”.
E acrescentei: “Como é lógico, tivemos todo um outro conjunto de razões para
sermos presos, como expressam os nossos processos”. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Recordei-me desse episódio da minha vida, quando ouvi, e depois li,
afirmações segundo as quais um grupo de jovens, ligados ao denominado Movimento
Revolucionário, teria sido recentemente preso em Luanda, alegadamente por estar
implicado numa tentativa de “golpe de Estado”, pondo assim em causa as
instituições republicanas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O tempo que separa o meu caso – e dos meus companheiros – acusados de
prepararmos um “atentado” contra a vida do Professor Marcelo Caetano e o caso
do suposto “golpe de Estado” “engendrado” por um pequeno núcleo de jovens são 46
anos.<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-14275382134420744562015-06-24T08:35:00.002-07:002015-06-24T08:35:24.199-07:00MORREU VITÓRIA DE ALMEIDA E SOUSA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Morreu Vitória de Almeida e Sousa,
médica e ilustre combatente pela nossa independência, também uma convicta
lutadora pelas nossas liberdades fundamentais. Ela era a viúva de Joaquim Pinto
de Andrade, meu querido familiar e companheiro de luta.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O interior da Igreja do Carmo, de
onde partiram as suas cinzas para o Cemitério do Alto das Cruzes, ostentava um
placard que resumia de forma lapidar o modo como ela apreciada pela comunidade
cristã: “OBRIGADO Dr.ª VITÓRIA, MÃE, MÉDICA, PROFESSORA, CATEQUISTA E CONSELHEIRA
INABALÁVEL”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Igreja do Carmo tem um enorme
simbolismo para a chamada velha sociedade crioula de Luanda, dado que se situa nos
arredores da Ingombota, o local onde, eventualmente, se terá começado a gerar,
de modo mais profundo e mais sistemático, o fenómeno da miscigenação cultural
na cidade de Luanda.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Igreja do Carmo - de um saíram as
cinzas da Vitória de Almeida e Sousa, assim como os restos mortais do Joaquim
Pinto de Andrade e do seu irmão, Mário Pinto de Andrade, e, no passado, de
outros descendentes das velhas famílias crioulas de Luanda - tem uma história
riquíssima que remonta ao século XVII. Foi construída pelos missionários
carmelitas – daí o nome Igreja do Carmo - no quadro de um complexo que incluía também
um Convento.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os missionários carmelitas vieram
para Angola a convite da então Regente do Reino de Portugal, D. Luísa de
Gusmão, que instruiu o Governador-Geral para conceder apoio material ao
projecto. Contou ainda com os generosos contributos dos crentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A edificação deste lindo edifício
demorou várias dezenas de anos, sendo já no século XVIII que lhe foram
aplicados os azulejos que hoje revestem as suas paredes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ao longo do tempo, a Igreja do Carmo
tem sido objecto de várias intervenções para a sua restauração, a última das
quais, creio, terá recebido o contributo de entidades portuguesas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Enquanto assistia à missa fúnebre em
memória da Vitória, fui contemplando a beleza da nave da Igreja com o tecto
todo ele pintado com motivos fitomórficos e painéis figurando santos, bem como
os seus belos azulejos de tons azuis e brancos. Tudo isso trouxe-me à memória
um determinado período da minha infância, quando, ainda menino, frequentei, por
apenas um ano lectivo, a então “Escola 7”. Nessa altura, ao fim do dia, ia à
Igreja do Carmo receber lições de religião e moral.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Pela morte da Vitória, o meu
companheiro Adolfo Maria escreveu um bonito texto ilustrando mais percursos da
sua vida: os seus dados biográficos mais primários, como a data e o local de nascimento,
a filiação, também o seu percurso académico. Depois, as partes mais relevantes
da sua carreira como activista e militante pela causa da nossa independência. E
o modo como a sua vida se cruzou com a daquele que se tronou seu esposo - afinal,
o seu companheiro de uma longa vida: Joaquim Pinto de Andrade.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Guardo da Vitória uma memória
inestimável: o modo como ela soube dignificar a causa que abraçáramos, aquando
da sua prisão em Portugal. Em 1965, juntamente com o meu primo Henrique Guerra
e outros nacionalistas, foram encarcerados pela polícia política portuguesa, a
PIDE. A Vitória passou mais de dois anos na cadeia e o Henrique Guerra gramou 8
anos e meio, sendo libertado já muito próximo do 25 de Abril de 1974, quando,
finalmente, começou a mudar o rumo da nossa história.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Libertada, a Vitória prosseguiu a sua actividade militante, articulando
contactos entre os presos que estavam nas diversas prisões em Portugal, mas,
também, connosco que estávamos no Tarrafal. Recolhia ofertas de solidariedade
que nos fazia chegar. Nessas ofertas de solidariedade, introduzia, clandestinamente,
informações sobre a situação política e militar no terreno da luta.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Recordo-me de, um dia, ela ter introduzido, minuciosamente, em cigarros, um
pequeno relatório sobre o evoluir da nossa luta, retirando de cada um deles o
respectivo tabaco – restando apenas a sua porção mais superficial. O material
chegou ao Tarrafal e o chefe da guarda, o Chefe Bonança, foi pessoalmente fazer
a sua entrega à nossa cela – a Caserna 3. Depois de entregar a encomenda vinda
de Lisboa – da Tó e, seguramente, de outras pessoas com ela articuladas -, o
Chefe Bonança permaneceu na conversa. O Chico Caetano, nosso companheiro, ávido
de fumar, abriu ali mesmo junto do Chefe Bonança um maço de cigarros, começando
a fumar o que lhe veio à mão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Chico Caetano era um companheiro com características muito
particulares, duas das quais a precipitação nos actos e o vício do tabaco. Deu,
pois, as primeiras baforadas no cigarro, sentindo, em vez de sabor típico do tabaco
queimado, um outro sabor qualquer. O Chico estava, afinal, a queimar o papel
clandestino que a Vitória tinha escondido, bem enroladinho dentro do cigarro. Para
nosso desencanto, o precipitado do Chico Caetano queimava uma das preciosas
mensagens que a nossa solidária companheira Vitória ardilosamente colocara no
interior de alguns cigarros.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Chefe Bonança apercebeu-se de que algo estranho se estava a passar com
o Chico Caetano… Um de nós – já não me lembro quem – conseguiu acalmar o Chico
Caetano, que protestava pelo facto de o cigarro ter um fumo estranho… Levou-o
para a casa de banho da cela, a tempo de ainda conseguir salvar uma parte da
mensagem. Depois de o Chefe Bonança sair da cela, tivemos a árdua tarefa de
tentar deduzir o conteúdo da parte queimada da mensagem. Fizemo-lo, articulando
as partes salvas. Uma das boas novidades que a Vitória nos dava era de que
havia uma forte possibilidade de o Viriato da Cruz regressar ao Movimento, deixando
o seu exílio na China.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Aquilo que parecia ser uma feliz notícia não se consumou: o Viriato da
Cruz, por quem tínhamos uma enorme estima e respeito, acabou por morrer na
China. E eu voltei a encontrar a Vitória de Almeida e Sousa, juntamente com o
Joaquim, já em Brazzaville, pouco depois do 25 de Abril, iniciando uma nova
etapa das nossas lutas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 46.35pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ontem, dia 09 de Junho, fui despedir-me dela, na Igreja do Carmo e,
depois, no Cemitério do Alto das Cruzes, perante a indiferença das autoridades
deste país que ela também contribuiu para que se tornasse independente. E sobre
a sua morte repousou um silêncio oficial sintomático…<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-85279125719372650742015-06-24T08:33:00.002-07:002015-06-24T08:33:43.326-07:00PODER E POLÍTICA EM ÁFRICA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Este texto tem como pano de fundo a
passagem de mais um aniversário da instituição da Organização de Unidades
Africana, OUA, criada e 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, na Etiópia, substituída,
a 9 de Julho de 2002, por uma nova organização continental, a União Africana.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Por altura da sua
institucionalização, a Carta Magna da OUA definiu um quadro de objectivos que
passo a resumir:<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">i)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Promoção
da unidade e solidariedade entre os Estados Africanos;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">ii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Coordenação
e intensificação da cooperação entre os Estados Africanos, com vista a melhorar
as condições de vida dos seus povos;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">iii)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Defesa
da soberania, integridade territorial e independência dos Estados Africanos;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">iv)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Erradicação
de todas a formas de colonialismo no nosso continente;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">v)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Promoção
da cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos;<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 72pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -36pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">vi)</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Coordenação
e harmonização das políticas dos Estados Africanos nas esferas política,
diplomática, económica, educacional, cultural, de saúde e bem-estar, também no
âmbito da ciência e técnica e de defesa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A escolha da Etiópia para ser a sede da
OUA não obedeceu a um mero acaso. Pretendeu-se, assim, homenagear o país que,
para alguns, é o Estado africano mais antigo. Recordo que a sua existência,
enquanto Estado, remonta ao ano 940 a.C. – Tem, portanto, 2994 anos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Como sabemos, a Conferência de Berlim
de 1885 desencadeou o fenómeno que é hoje conhecido como “A Partilha de
África”, um processo que se tornou responsável por um dos períodos mais
dramáticos que o nosso continente conheceu, uma vez que estimulou as chamadas
“guerras de ocupação” que configuraram muitas das actuais fronteiras africanas,
na sua maioria desobedecendo à repartição étnica e sociológica dos nossos povos.
Apenas 2 países africanos - a Etiópia e a Libéria - escaparam a uma tal repartição,
de que foram absolutos beneficiários algumas potências europeias.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Libéria, um dos Estados africanos
mais antigos, foi fundada por ex-escravos enviados, como colonos, de volta para
África. Devo, porém, dizer que a Libéria não era um espaço desabitado, pois já lá
existiam outros povos – fala-se mesmo em 16 etnias autóctones – um facto seguramente
responsável por alguns dos problemas que moldam até hoje o quadro dos seus
conflitos modernos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Libéria existe como um Estado
independente desde 1847, pela mão desses mesmos colonos africanos e seus
descendentes, cerca de 60 anos depois de os EUA – de onde eles haviam saído - terem
proclamado a sua independência.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mas a independência da Libéria não se
traduziu, de imediato, no direito de cidadania para todos os seus habitantes. Só
mais de 50 depois (1904) é que foi conferido às etnias locais tal direito. Voltemos
ainda, por alguns momentos, à Etiópia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Na ânsia de se afirmarem como
potência colonial em África, os italianos, que já dominavam a Eritreia desde
1870, pretenderam também dominar a Etiópia. Porém, em 1896, foram derrotados
pelo exército do Imperador etíope Memelik II, na célebre batalha de Adwa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Etiópia guarda mais outra
singularidade que talvez tenha justificado plenamente a sua condição de sede
continental da OUA e, agora, da União Africana. Ela foi um dos 3 países
africanos que, em 1919, participaram na fundação da Liga das Nações – também
chamada “Sociedade das Nações” - a estrutura política internacional, criada
pelo “Tratado de Versalhes”, na sequência do fim da Primeira Guerra Mundial, e
que antecedeu a constituição, em 1945, da Organização das Nações Unidas. Os
outros dois países africanos foram a União Sul-Africana – representada pelo seu
Primeiro-Ministro, Jan Smuts – e a Libéria.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Etiópia é, pois, um país de grande referência no nosso continente. Porém,
alguns historiadores contestam a primazia dada à Etiópia como o primeiro Estado
Africano, e fazem-no com base na história do Egipto.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os antigos habitantes do Egipto atribuíam a unificação do seu Estado ao
lendário Imperador Menés, Rei do Baixo Egipto e conquistador do Alto Egipto. Em
3000 a.C., ele terá formado um único Reino com capital em Mênfis, elevando-se,
assim, à condição de uma espécie de semi-deus. O Imperador Menés é, por isso,
considerado o primeiro Faraó do Egipto.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Neste momento em que homenageamos a criação da nossa Organização
continental, de modo algum podíamos deixar de recordar o simbolismo de alguns
dos países que a integram.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Hoje o nosso continente possui já 55 países independentes, 17 dos quais
proclamadas em 1960 - por tal facto, glorificado como o “Ano de África”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Das 17 proclamações do ano de 1960, 14 eram ex-colónias francesas. Antes
desse ano de glória, já se haviam tornado independentes, o Ghana (1957) e a
Guiné-Conacri (1958). Depois de 1960, o processo de proclamação das
independências africanas ainda durou mais de 2 décadas, culminando com o
estabelecimento do Zimbabwe (ex-Rodésia do Sul) (1980) e o fim do Apartheid na
África do Sul (1994). A independência das ex-colónias portuguesas só veio a ter
lugar na década de 70.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Julgo que vale a pena fazer uma, mesmo que breve, referência a dois casos
particulares: a Somália e o Sahara Ocidental. Da Somália, pode até dizer-se que
deixou de ser um verdadeiro Estado, sem estruturas adequadas. Desintegrou-se na
sequência do fim do regime ditatorial de Mohamed Siad Barre. Por sua vez, no
Sahara Ocidental, prevalece uma ocupação ilegítima por parte de outro Estado
africano, o Marrocos, configurando, pois, uma situação de colonialismo
intra-africano.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Avancemos, agora, para uma pequena
radiografia da política no nosso continente.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">17.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A esmagadora maioria dos sistemas de governo prevalecentes em África são repúblicas
vivendo sob regimes presidencialistas. É também o nosso caso que se acentuou
com a entrada em vigor da nova Constituição.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">18.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As monarquias africanas têm expressão meramente residual: Marrocos, Lesotho
e Suazilândia. Porém, existem outras monarquias, mas não como estados
soberanos. São monarquias intraestados, devendo, por isso, ser objecto de uma
outra abordagem.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">19.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nos Estados africanos, as transições democráticas estáveis e duradouras são
pouco expressivas. Nos últimos tempos temos assistido até a certas “sucessões
monárquicas” em Estados africanos republicanos, com o poder a transitar de pais
para filhos, mesmo que em alguns casos se procure criar uma aparente
legitimação pelo voto popular.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">20.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Já é inegável essa “sucessão dinástica”. Mas é igualmente inegável que,
na maioria dos casos, a “sucessão” tem lugar dentro do mesmo partido político.
Ou seja, o poder mantém-se na mesma esfera partidária, o que significa que não
tem havido uma mudança do centro de gravidade do poder.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">21.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Conheço políticos e analistas políticos que saúdam esse modelo de
“sucessão”, argumentando que isso até promove uma expedita “renovação das
elites políticas”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">22.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Para mim, não se trata qualquer “renovação das elites políticas” mas,
sim, de uma disfarçada “reciclagem das mesmas elites governantes”, que se
limitam a rodar dentro de um círculo restrito, não alterando de modo
substancial a correlação de forças interna. Isso desvirtua a essência da
democracia, que se alimenta, precisamente, da alternância partidária.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">23.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A “reciclagem das elites governantes” torna secundário o papel dos
partidos políticos no jogo democrático, e consolida a ideia de que apenas um partido
tem vocação e reais condições para o exercício do poder. E também de que
somente a sua elite é competente para o fazer.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">24.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É verdade que, na Europa Democrática, o poder político tem, sobretudo, rodado
também em torno de um círculo central, no qual preponderam os partidos
social-democratas e os partidos da chamada direita democrática. Por vezes,
fazendo alianças pontuais com pequenas formações partidárias um pouco mais à
direita ou um pouco mais à esquerda. Mas, na verdade, mesmo quando fazem tais alianças,
é o chamado “centrão” que marca o compasso do tempo político na Europa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">25.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Neste momento em que o quadro
económico e social europeu mudou, o “centrão” mostra-se bastante adverso a
novas abordagens e perspectivas apresentadas por forças que até então estiveram
longe do exercício do poder. Os próximos tempos podem reservar interessantes
surpresas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">26.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Como já disse, em África, salvo raras excepções, quase não se assiste a
qualquer rotação entre partidos políticos. Inclusive, há Presidentes que se
encontram no exercício do poder há várias dezenas de anos, tais como José
Eduardo dos Santos (Angola) e Robert Gabriel Mugabe (Zimbabwe). Trata-se,
portanto, do princípio da fixação do poder político numa única pessoa. Outros Estados
africanos para lá caminham, com a agora mais do que evidente “tentação para a
alteração das Constituições” que permitam terceiros e mais mandatos
presidenciais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">27.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A África Central e a Região dos Grandes Lagos caminham nesse sentido, o
que talvez nos ajude a compreender a razão de serem áreas de grande
instabilidade política e social – a par da África do Norte de onde foram desalojados
velhos ditadores e se instalou, por enquanto, uma assinalável anarquia.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">28.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Se é verdade que a maioria dos países africanos são repúblicas e regimes
claramente presidencialistas, também é verdade que as democracias
parlamentaristas têm pouca expressão no nosso continente. Cabo Verde e Ilhas
Maurícias são casos interessantes de regimes parlamentaristas onde o processo democrático
tem funcionado bem e com alternância do poder.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">29.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Em Cabo Verde, coexistem perfeitamente a figura do Presidente da
República de um partido com um Governo de uma cor política distinta. Nenhum
poder secundariza o outro.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">30.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Na Nigéria, ascendeu recentemente e democraticamente ao poder um
Presidente da República proveniente de uma formação política da oposição, o que
nos permite olhar para esse país com alguma expectativa. A Nigéria tem, também,
a particularidade de ser uma Federação de Estados, um modelo que não se
disseminou, e que poderia, eventualmente, ajudar a resolver algumas das
dissonâncias que prevalecem em África.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">31.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A África do Sul optou por um regime parlamentarista mitigado. Ou, se
preferirmos, por um presidencialismo mitigado, onde o Presidente da República é,
ao mesmo tempo, Chefe de Estado e do Governo, governo que ele escolhe. Mas o
Presidente é eleito pelo Parlamento. Dado que o ANC tem tido sucessivas
maiorias absolutas, o Presidente provém sempre deste partido.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">32.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O poder legislativo na África do Sul é constituído por duas Câmaras: A
Assembleia Nacional, em que metade dos seus membros é escolhida em listas
partidárias nacionais, e a outra metade provém de listas partidárias
provinciais. Além da Assembleia Nacional o poder legislativo integra ainda o
Conselho Nacional das Provinciais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">33.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Gostaria ainda de fazer uma breve incursão sobre o caso do Botswana.
Trata-se de um país africano bastante extenso e interiorizado, mas muito pouco
povoado. Todavia, do ponto de vista político, tem-se mostrado estável, sem conhecer
graves convulsões: Realiza, desde 1965, e regularmente, eleições multipartidárias
não contestadas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">34.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O poder político mantém-se nas mãos do mesmo Partido, o Partido
Democrático do Botswana. Porém, essa relativa estabilidade política pode também
ter muito a ver com o facto de o Botswana ser um país etnicamente muito
homogêneo, com os tswanas a corresponderem a cerca de 90% da população. A
homogeneização étnica pode ser visto como um factor facilita a coesão social e
dissuasor de tensões políticas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">35.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A participação das mulheres no poder político é outra dimensão que merece
ser abordada, sobretudo quando se busca a criação de sociedades mais justas e
mais equilibradas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l1 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">36.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A África do Sul é dos países mais bem posicionados no que respeita à
participação feminina nos órgãos legislativos, pois possui cerca 45% de
mulheres no Parlamento. É o quinto país do mundo nesse ranking, um ranking que
é encabeçado pelo Ruanda (63,8%). Nos 10 primeiros lugares ao nível mundial
figuram ainda mais 2 países africanos: a Seicheles (43,4%) e o Senegal (43,3%).<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-90360665369880099712015-06-24T08:31:00.002-07:002015-06-24T08:31:39.644-07:00O DRAMA DOS EMIGRANTES
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O drama dos emigrantes africanos - e
também asiáticos - que procuram refúgio na Europa, já tomou contornos demasiado
assustadores, tal é o número dos que vão morrendo nas águas do Mar Mediterrâneo,
tal é também o estado deplorável dos que chegam a bom porto, os poucos que ainda
conseguem sobreviver.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Trata-se de uma emigração dos tempos
modernos que, forçosamente, nos faz remeter para um outro período negro da
história quando, sobretudo, no Oceano Atlântico, repousavam os corpos de alguns
dos nossos ancestrais, forçados a caminhar para terras desconhecidas e para
destinos incertos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Muitos dos que ficaram para sempre nos
fundos do Oceano, foram atirados ao mar pelos próprios traficantes negreiros
que, assim, se descartavam de uma “carga” tornada, entretanto, ilícita, à luz
das novas regras impostas pelas nações mais poderosas, que iniciaram mais cedo
o processo de desenvolvimento capitalista, em especial, a Inglaterra e a
França. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O tráfico negreiro português permaneceu, por
sua vez, por muito mais tempo, alimentando um modo de produção que se tornara
obsoleto e contrário a uma nova consciência cívica e política, então emergente.
Para alguns historiadores, nesse relativamente curto período de tempo, terão
perecido no mar, talvez mais homens e mulheres do que os desaparecidos
anteriormente. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Parte do desenvolvimento económico
que se verificou nas novas nações, entretanto, surgidas do outro lado do
Atlântico, se deveu precisamente ao labor desses homens e mulheres que
conseguiram chegar com vida aos novos destinos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De algum modo, não poucas nações
europeias beneficiaram desse trabalho escravo, de que resultou um processo de
acumulação de capital que as ajudou a progredir.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os nossos países tornados
independentes geraram uma esperança de dias melhores. Geraram espectativas,
entretanto, goradas, que fizeram do nosso continente um espaço pouco acolhedor
para boa parte dos seus filhos. Sobreveio a intolerância e a fome. E muitos dos
que ainda podem aspirar a uma vida melhor buscam, pois, outro porto de abrigo
onde possam começar tudo de novo. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os actuais emigrantes que demandam desesperadamente
a Europa provêm de zonas de conflito, em especial do norte de África – e também
um pouco da Ásia – ou de países onde prevalece a fome e a intolerância política
e religiosa.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O facto de muitos emigrantes saírem
de zonas de risco – tais como a Líbia, Egipto ou mesmo a Síria - tem servido de
argumento para quem defende a ideia de que as lutas para a instauração de
regimes democráticos são, pois, lutas desnecessárias e perversas. Desse modo,
os regimes ditatoriais seriam, afinal, o garante da paz e da estabilidade - uma
tese que não faz sentido.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tais regimes consolidaram-se quase sempre muito a custa de uma cega repressão
dos opositores e sobre algumas comunidades. Foram mesmo eles que criaram todos
os condimentos para que os actuais processos políticos conheçam enormes
dificuldades.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dificilmente se assiste a
verdadeiras transições democráticas, porque emergiram novas contradições, ou
reacenderam contradições adormecidas mas nunca resolvidas. O resultado tem sido
a violência que empurra milhares de pessoas para uma emigração massiva e em
desespero.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Emigrantes desesperados provêm ainda de países vizinhos ou até mesmo
distantes daqueles onde se verificaram revoluções para pôr fim às ditaduras. De
países pobres ou empobrecidos pela má governação, pela avidez do poder e pelo
carácter depredador das suas elites dirigentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Não faz, pois, muito sentido irmos buscar
justificações no passado colonial. Temos, sim, que ter coragem de olhar para
dentro de nós e assumir as nossas próprias responsabilidades históricas.</span>Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-27846652489892376492015-06-24T08:30:00.000-07:002015-06-24T08:30:19.226-07:00MONTE SUMI E BALTIMORE – A VIOLÊNCIA À SOLTA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ao mesmo tempo que, em Angola, se
levanta a questão da violência policial exercida contra os seguidores do
“profeta” José Kalupeteca, nos Estados Unidos da América, o que mais chama a
atenção da opinião pública é a vandalização da cidade de Baltimore, no Estado
de Maryland, na sequência da morte de um jovem negro de 25 anos de idade,
Freddy Gray, aparentemente em resultado do uso desproporcionado da força por
parte de polícias locais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Aqui entre nós, as autoridades fazem tudo
para impedir o acesso ao local onde se cometeu o crime – que começou pela morte
de agentes da polícia, atribuída à seita, desencadeando, de seguida, uma forte vaga
de repressão contra os seus membros. Como se já não bastasse, os órgãos de
comunicação social públicos empreenderam uma campanha de “desinformação”, visando
criar a ideia de que, para além de alguns mortos “quase acidentais”, a acção
das autoridades visou pura e simplesmente repor a ordem pública, evitando,
desse modo, que a paz social e a unidade nacional fossem postas em causa…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Na apresentação pública do
acontecido, deu-se voz apenas e tão-somente a quem se achou “conveniente”,
nestas circunstâncias, ou seja, polícias, políticos, autoridades religiosas de
outras confissões e populares praticamente escolhidos a dedo. Não se deu vez
nem voz, nos órgãos públicos, aos membros da seita acossados pela repressão, aos
habitantes das zonas periféricas, aos familiares das vítimas, etc. Montou-se, assim,
na perfeição, todo o cenário para que a “verdade” seja aquela que, afinal, mais
interessa…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Por sua vez, nos Estados Unidos da
América, mesmo com protestos contra atitudes tidas como tendenciosas por parte
de certa comunicação social, todavia, vai se notando um grande envolvimento das
autoridades para se apurarem as reais circunstâncias que levaram a que o jovem
negro, detido pela polícia, viesse a morrer.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Pelas suas características
demográficas, ainda está presente o risco de a violência despoletada em
Baltimore vir a “contaminar” outros estados e cidades norte-americanas, algumas
das quais viveram, recentemente, tensões raciais, fruto da morte de cidadãos
negros, pela acção violenta de polícias brancos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Dadas as causas históricas remotas
que a motivaram, estou seguro que a tensão racial nos Estados Unidos da América
ainda está demasiado longe de ter os dias contados. E, só pelo facto de ter
havido, pela primeira vez na história do país, um Presidente não branco, de
modo algum será removida a totalidade da carga negativa que se acumulou no
processo de constituição daquele país.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os actuais antagonismos com base na
raça perdurarão por muitos mais anos, mesmo com as recentes alterações
políticas que têm levado a uma maior participação e inclusão dos negros. O
racismo e a desconfiança racial são cultura e uma cultura não se dissipa com
facilidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Por norma, quando se verificam
determinados protestos políticos, os anarquistas de todo tipo aproveitam-nos
para dar vasão aos seus instintos. Também os criminosos, reais ou potenciais,
juntam-se-lhes, fazendo degenerar o que começou por ser um protesto político, numa
verdadeira arruaça, com a destruição de bens públicos e privados. Este é o
momento vivido em Baltimore, nos EUA. Os gangs estão na rua, confundindo, com o
seu vandalismo, a legitimidade do protesto inicial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">No Monte Sumi, na província angolana
do Huambo, as coisas inverteram-se. Terá havido, de início, uma reacção
violenta por parte dos seguidores de Kalupeteca que culminou no assassinato de
agentes policiais. De seguida, as autoridades policiais desencadearam uma acção
repressiva descomunal, matando indiscriminadamente populares que acreditaram
nas “profecias” de Kalupeteca. E, pelo que se diz, a perseguição continuou,
havendo já a lamentar um número significativo de civis inocentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As
autoridades têm feito tudo para evitar uma análise independente dos factos,
enquanto que as autoridades norte-americanas procuram conhecer a verdade, para
prevenir situações futuras idênticas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">São,
pois, dois casos graves acontecidos em países muito distanciados um do outro, onde
os actores também têm tido desempenhos completamente distintos. Num dos casos,
a base do conflito é a questão racial, no outro, no nosso, é uma forma errada
de combater uma seita religiosa. <o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-88852789936186268332015-06-24T08:28:00.002-07:002015-06-24T08:28:49.498-07:00A GÊNESE DAS NOVAS SEITAS
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Há menos de um mês, participei, na Tv
Zimbo, num debate televisionado alusivo aos 13 anos da assinatura dos acordos
de paz entre o governo angolano e a Unita. Achei interessante tal forma de
reavivar a memória, na convicção de que, no presente e, sobretudo, no futuro,
seria, assim, mais fácil evitar o cometimento de novos e graves erros, de
prevenir eventuais convulsões, estas agora com novos protagonistas e outras
motivações profundas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Disse, então, que uma das minhas maiores
preocupações é o recente processo de crescimento da nossa economia subsequente
à paz, ter ocorrido em simultâneo com o aumento das desigualdades sociais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Já é indisfarçável que se assiste,
cada vez mais, a uma forte concentração da riqueza em poucas mãos, e ao
depauperamento galopante de largas parcelas da nossa população, mesmo que seja igualmente
perceptível a emergência de uma “tímida” classe média, com algum poder de
compra e com níveis de exigência crescentes. O configura, pois, uma dimensão
contraditória: o crescimento da economia não se traduziu ainda em
desenvolvimento económico e social, pois não tem sido inclusivo nem extensivo.
O presente crescimento gerou, sim, “ilhas” de exuberância e de muito fausto,
irrompidas num “mar” de crescentes e profundas dificuldades.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Se a extrema pobreza era uma das
marcas dos tempos da guerra, a paz permitiu aprofundar ainda mais as
assimetrias, concentrando a riqueza no litoral e, mais concretamente, em
Luanda, reiterada como o ponto de partida e de chegada das decisões económicas,
políticas e sociais.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mesmo em Luanda, há uma flagrante
duplicidade: um indisfarçável abandono pela governação das populações mais
periféricas, vivendo mergulhadas na promiscuidade, na insalubridade e reféns da
criminalidade. A estes resta, pois, observar, à distância, a arrogância de um
luxo inclemente, a que pomposamente se pretende chamar “modernidade”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A paz trouxe, também, a reboque a
tomada das terras de cultivo das periferias de Luanda, muitas delas transformadas
agora em local de habitação para a nossa “tímida” classe média, ela também
carente de espaço vital.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tais terras de cultivo eram o único
ou o mais privilegiado modo de subsistência para inúmeros deslocados da guerra
cruel de dezenas de anos. De pequenos agricultores, muitos deles, passaram à
condição de prestadores de serviços eventuais, sempre mal remunerados e, até,
humilhados. E os que escaparam a um emprego precário, vão caindo na
marginalidade, tendo como destino quase certo as cadeias ou uma morte inglória.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Se é verdade que a paz restituiu
alguma acalmia ao campo e às pequenas vilas, não deixa de ser verdade que hoje elas
desconhecem em absoluto o bem-estar que lhes foi insistentemente prometido.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Esbulhados das melhores terras, asfixiados
pela propaganda política que demoniza os adversários, sujeitos a poderes locais
que os menosprezam e humilham, os desvalidos da sorte do nosso país procuram nos
espaços de fé soluções imaginárias para os seus problemas reais e concretos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As religiões mais formalistas acodem-nos nas suas orações e, algumas
delas desenvolvem com enorme sacrifício acções de solidariedade. Mas, no
extremo, acenam-lhes com promessas de um bem-estar celestial, desde que se
redimam dos pecados aqui cometidos. Será, porém, no Céu, fundamentalmente, que
terão aquilo que lhes foi negado na terra…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Aqueles que os exploram, espoliam, oprimem e maltratam ocupam hoje os
espaços de maior visibilidade nos cultos, onde são tratados com a maior
deferência, ganho que está todo o bem-estar na terra e aspirando agora ao mesmo
no Céu…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Não é, pois, de estranhar que, cada vez mais, surjam “profetas”
enumerando soluções miraculosas para todo tipo de maleitas e dificuldades.
Enunciam curas de doenças, formulam esquemas rápidos de enriquecimento pessoal,
ao que aderem alguns dos mais desesperados. Para estes, a salvação ainda pode
estar na terra, basta rezar e acreditar nas “fórmulas” dos “profetas”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mas há os que desesperaram completamente e, por isso, seguem as
recomendações e ordens de “profetas” mais radicais que dizem que está para
breve o fim do mundo…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Estas últimas seitas, assim como as anteriores são, sobretudo, uma
consequência da pobreza e da extrema miséria em que vivem largas camadas da
nossa população. Uma pobreza e uma miséria que assumem contornos materiais,
éticos e morais. As seitas são o refúgio dos desesperados, daqueles que
facilmente seguem quem lhes acene com soluções miraculosas, ou com o aproximar
do fim do mundo… As seitas são frequentadas por gente que crê, que crê
profundamente, mas que desespera… Elas, em si, não são o mal. O mal é que as
criou…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Que fique claro: as saídas radicais apenas proliferam lá onde as
alternativas viáveis praticamente se esgotaram. Por isso, é que mentes loucas
ou quase loucas conseguem, por vezes, arrastar para o abismo gente de boa-fé,
mas gente que desespera...<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A solução não passa, como já se faz parecer, por matar todos quantos
seguem o “profeta”, mas, sim, evitar criar condições que geram tais “profetas”
e, também, tais “profecias”…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">17.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O pior erro que se pode estar a cometer, é assumir as seitas actuais como
uma emanação do “antigo inimigo”. O “antigo inimigo” tinha uma outra gênese e
uma outra genética. Ele foi um fruto, sim, de não se ter sabido aceitar a
diferença. E de não se ter tido a arte e a sageza suficientes para o acolher
como uma parte de pleno direito do todo nacional.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">18.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Repito: As seitas só medram em terreno fértil, em terreno estrumado pela
miséria, pela intolerância. E, sobretudo, pela ineficácia das políticas e
incapacidade de resposta dada pelos Estados e pelas crenças tradicionais. <o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-51895863783998320052015-06-24T08:27:00.002-07:002015-06-24T08:27:20.253-07:00UM BREVE OLHAR SOBRE O IÉMEN
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A aparente acalmia decorrente do
pré-acordo estabelecido entre o Irão e as potências designadas por “Grupo 5+1”
(EUA, França, Inglaterra, China, Rússia e Alemanha) relegou, pelo menos por
algum tempo, para plano secundário a complexidade do conflito que está a afligir
o Iémen. Trata-se de um conflito onde há que destacar, primeiro que tudo, os seus
actores internos, hoje perfeitamente identificados, nomeadamente: os apoiantes
do Presidente da República, Abd-Rabbo Mansour Hadi e do seu governo; o grupo
rebelde Houthi, temporariamente aliado às forças fiéis ao ex-Presidente da
República, Alli Abdullah Saleh; e o grupo terrorista conhecido como a Al-Qaeda
da Península Arábica.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">As actuais divergências prevalecentes
no Iémen podem ter raízes no remoto passado histórico do país, pois ele resultou
da unificação de dois territórios vizinhos com gêneses distintas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A parte noroeste do país, com capital
em Sana’a, correspondia ao Reino do Iémen, que se desvinculou do Império
Otomano em 1918, tendo, em 1962, passado a designar-se República Árabe do
Iémen, e permanecido como Estado independente até 1990, com fortes vínculos ao
Ocidente<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A parte sul, com capital em Aden,
constituiu-se, em 1967, na República Democrática e Popular do Iémen, filiada
aos chamados estados socialistas, de onde sobressaíam a União Soviética e a
China. Até à sua independência, foi um domínio do Reino Unido. A reunificação
das duas Repúblicas dá-se, pois, em 1990. O domínio otomano sobre a parte norte
e o domínio britânico sobre a parte sul terão, pela certa, deixado as suas
marcas, mesmo que disfarçadas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os Houthis, zaiditas de raiz
religiosa xiita, habitam predominantemente no norte do país, mais precisamente
na parte fronteiriça com o Irão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Há pouco tempo, os rebeldes Houthis
desencadearam uma ofensiva contra o governo do Presidente Abd-Rabbo Mansour
Hadi, obrigando-o a refugiar-se no sul do país e fixar-se em Aden, principal
porto de mar e porta obrigatória para os navios que entram no Mar Vermelho, caminhando
do Golfo Pérsico e do Golfo de Omã, ou vindos de outras regiões costeiras
asiáticas e africanas, demandando o Mar Mediterrânico.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os actuais aliados internos dos
Houthis são os partidários do ex-Presidente Alli Abdullah Saleh, originário da
parte norte do país, que esteve no poder durante 32 anos, de onde foi afastado aquando
da chamada Primavera Árabe. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Al-Qaeda da Península Arábica, ramo
da Al-Qaeda que resultou da junção de grupos radicais sunitas da Arábia Saudita
e do Iémen, é um dos alvos dos Houthis. A al-Qaeda da Península Arábica é tida
pelos EUA como um dos grupos jihadistas mais perigosos. Reivindicaram, por
exemplo, o recente massacre de jornalistas da revista satírica francesa,
Charlie Hebdo, e levaram a cabo acções militares de grande envergadura dentro
do Iémen.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Estes são os actores internos de um
conflito que rapidamente estimulou forte intromissão externa. Presentemente,
cerca de dez países árabes participam no combate aos rebeldes Houthis. Como
sabemos, de feição xiita, tal como o Irão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O conflito no Iémen não pode ser visto tão-somente na perspectiva
histórica, como sendo um resultado apenas das diversas gêneses das suas partes
internas. Ele reflecte ainda a presente correlação de forças entre os dois
principais ramos do islamismo no Médio Oriente e em todo o mundo – o sunismo e
o xiismo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Com o beneplácito da Liga Árabe, dominada pelo ramo sunita do Islão, a
Arábia Saudita capitaneia a coligação que se opõe aos Houthis (xiitas) que, por
sua vez, são apoiados pelo Irão, um país islâmico, porém, não árabe. Este
particular pode ajudar a entender o porquê de, em tão pouco tempo, ter sido
possível estabelecer-se a presente coligação. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O Golfo de Aden joga um papel crucial no comércio mundial, à semelhança
do Estreito de Ormuz - situado na separação entre o Golfo Pérsico do Golfo de
Omã - por onde passa uma parte significativa do petróleo que se dirige a países
como o Japão, China, Índia e Coreia do Sul, das mais importantes economias
dessa parte oriental do mundo. Pelo Golfo de Aden passa o petróleo que provém
do Golfo Pérsico e que vai para o Ocidente, sendo a via mais curta e, por isso
mesmo, a menos dispendiosa. A sua passagem pelo sul de África, por ser mais
demorada, seria enormemente custosa.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O conflito no Iémen não pode durar muito mais tempo, sob pena de pôr em
causa o comércio mundial, num espaço geográfico propenso aos extremismos e
muito marcado pela pirataria marítima. Recordemos, por exemplo, o estado em que
ficou a Somália, depois do desaparecimento de Muhammad Siad Barre, e como tal
impactou naquela parte do mundo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Não obstante a importância estratégica daquela região
do mundo, será muito difícil um posicionamento acertado, uma vez que, naquele
verdadeiro tabuleiro de xadrez, se movimenta uma peça, tão ou mais inquietante
ainda: o radical Estado Islâmico, de feição sunita, tal como a maioria dos
países da região.</span>Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-37271059759414425922015-06-24T08:23:00.000-07:002015-06-24T08:23:28.810-07:00A PARIDADE ENTRE O EURO E O DÓLAR
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A desvalorização da moeda única
europeia, o euro, face ao dólar norte-americano, tem sido a questão que, nos
últimos tempos, mais prende a atenção dos economistas. A relação entre as duas
moedas aproxima-se da paridade; ou seja, 1 dólar norte-americano está
praticamente a valer 1 euro.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O dólar não se tem valorizado apenas face
ao euro, sucedendo de igual modo – se bem que em proporções distintas – face a
outras divisas, como a libra-esterlina, o franco-suíço, o iene japonês, e até
mesmo o dólar canadense. Porém, a actual quase paridade face ao euro é que se
tem tornado mais mediática. Daí que nos debrucemos precisamente e apenas sobre
este facto.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Aquando da crise iniciada em 2008, o
governo norte-americano seguiu uma política monetária expansionista
caracterizada pela injecção de enormes quantidades de dinheiro no mercado
financeiro, travando, assim, o colapso quase eminente de alguns dos seus bancos,
sem os quais a economia se desmoronaria. O governo norte-americano decidiu,
igualmente, entrar no capital social de algumas empresas com carácter
estratégico, vertendo, pois, para aí dinheiro.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Os fundamentalistas do mercado livre
viram a interferência directa do governo norte-americano na economia como um
sacrilégio, adivinhado, inclusive, o descalabro do edifício económico e uma
deturpação do modelo político e social em que assenta a sociedade
norte-americana. Mas, não foi o que sucedeu: a economia norte-americana é de
novo das mais estáveis do mundo, e o governo recebeu, até agora, a quase totalidade
das prestações financeiras a que os devedores se haviam comprometido.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Do lado das empresas intervencionadas,
também se verificou o seu reanimar, e uma nova dinâmica competitiva face às
congéneres do resto do mundo. Um dos exemplos mais emblemáticos é a indústria
automóvel, ela que atravessava um dos maiores riscos de descalabro, está já
recuperada e voltou a criar emprego.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Além da intervenção directa nos
bancos e em algumas empresas, a Reserva Federal norte-americana optou pela
adopção de políticas de taxas de juros muito baixas, muito próximo do 0%, para
estimular o acesso ao dinheiro.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O modelo económico seguido pela Zona
Euro foi distinto, mesmo que alguns países tenham também praticado políticas de
salvamento dos seus bancos comerciais. A Europa optou, essencialmente, por
políticas de austeridade e de um apertado rigor orçamental, na expectativa de,
a mais ou menos breve trecho, encetar o caminho da recuperação económica.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Salvo raras excepções, as nações
europeias vivem hoje uma situação de crise económica e financeira que se traduz,
em alguns casos, em crise social e política, o que faz com que cresçam as
propostas de solução mais radical. Nem a própria França, a segunda maior
economia da União Europeia escapou a este deslizamento, quando a Alemanha se
tornou a única, ou então, a maior beneficiária das políticas de austeridade
praticadas no Velho Continente.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Reserva Federal norte-americana
prepara-se já para abandonar a política de taxa de juro 0%. Se o fizer, atrairá
as poupanças europeias, acelerando, assim, a paridade das duas moedas em
competição.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Até agora, os EUA beneficiaram
muito da existência de um euro mais forte, estimulando as exportações
norte-americanas para a Europa. Com a paridade, aparentemente, os EUA perderão
este benefício relativo, mas é preciso ter em conta que a economia norte-americana
é muito autocentrada, não dependendo demasiado das exportações. E o que
sucederá com a economia europeia?<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 53.5pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A economia europeia é mais
extrovertida, embora se assista também, nos últimos tempos, a um aumento muito
acentuado do comércio intraeuropeu. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt 18pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-82416675015641625442015-06-24T08:21:00.000-07:002015-06-24T08:21:18.481-07:00UMA QUESTÃO DE RESPONSABILIDADE
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ao
contrário do que sucedeu aquando da crise financeira iniciada em 2008, nos EUA
e, depois, propagada para a Europa e outras partes do mundo, o começo do
declínio do preço do petróleo no mercado internacional tem sido acompanhado,
por parte das autoridades angolanas, com declarações de visível preocupação.
Desencadeou-se, então, uma onda de cuidados e medidas para prevenir ou
minimizar os inevitáveis impactos negativos resultantes de uma tal situação.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Nota-se,
pois, uma clara diferença de comportamentos face à crise de 2008. Nessa altura,
o Presidente da República manteve-se, durante muito tempo, em profundo
silêncio, pronunciando-se somente quando a crise já estava a causar malefícios sobre
a nossa economia. Ela ia varrendo literalmente sectores económicos geradores de
rendimentos e criadores de volumosos empregos, como são os casos da construção
civil e do comércio, para citar apenas estes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Face
ao silêncio tumular de José Eduardo dos Santos, os Ministros e outras
autoridades foram falando e agindo como se nada estivesse a acontecer… Alguns
até se atreveram a dizer que a nossa economia estava perfeitamente “blindada”,
sendo, por isso, capaz de resistir aos mais violentos “bombardeamentos”
causadas pela crise internacional que, entretanto, fazia os seus estragos quer
lá fora, quer aqui entre nós.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Desta
vez, porém, José Eduardo dos Santos antecipou-se, sendo o primeiro a declarar,
publicamente, que os impactos da baixa do preço do petróleo seriam
tremendamente negativos para a performance da nossa economia. Com tal assunção,
os seus dependentes directos (subordinados na governação) ganharam coragem e,
eles também, assumem já que “as coisas não estão bem” e que, por esse facto,
medidas urgentes terão que ser tomadas.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Adivinho,
pois, que a “crise actual” irá ser o “alibi perfeito” para justificar todos os
incumprimentos que se avizinham. Tal como tem sucedido com o vetusto “passado
colonial” que é, não poucas vezes, rebuscado, para fazer a figura do culpado
por todos os males que, 40 anos depois, nos afligem… <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Quando,
por exemplo, se aborda a problemática de Luanda e o seu desconcerto, o
argumento é invariavelmente este: “A Cidade de Luanda foi planificada para 600
mil habitantes e hoje tem dez vezes mais…”. Assim, os decisores ficam em paz
com as suas consciências… Passando, indirectamente, a responsabilidade por
termos a cidade que hoje temos, desordenada, entupida, descaracterizada, ao
colono… Pois ele não teve capacidade de prever que, 40 anos depois, teríamos
aqui mais de 6 milhões de habitantes…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É
verdade que a guerra que se seguiu à Independência e o consequente êxodo das
populações tiveram a sua quota-parte de responsabilidade neste actual
sobrepovoamento da nossa capital. Mas, também é verdade que as políticas
económicas e sociais, da responsabilidade de quem nos tem governado até hoje,
conduziram-nos a esta espécie de beco sem saída... Isto não pode ser
escamoteado.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A declarada ambição de fazer de Luanda “uma
espécie de Brasília ou Nova Iorque”, enchendo-a, por exemplo, de prédios altos
no centro, não só matam a velha beleza que a cidade tinha, como tem também,
progressivamente, eliminado a sua herança histórica, caracterizada por uma
arquitectura muito peculiar. Para já não falar no caos do trânsito e nos
impactos ambientais provocados pelo acúmulo de betão no centro e pela
eliminação dos espaços verdes. É preciso, pois, assumir que a cidade que temos
hoje, tal como ela está, é da inteira responsabilidade de quem a tem governado,
e de quem governa o país no seu conjunto.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mas,
voltando à crise económica e financeira. O contexto internacional tem a sua
quota-parte de responsabilidade na situação que hoje vivemos, mas não deixa de
ser verdade que a má utilização dos resultados do petróleo contribuiu também
para a nossa presente extrema dependência desse produto. O que tornou a nossa
economia tremendamente vulnerável. E, ao contrário do que seria expectável, as
muito propaladas reservas internacionais líquidas de divisas não têm sido tidas
nem achadas para virem em socorro da nossa economia nesta época de crise. Será
que a sua dissipação é ainda da responsabilidade de outros que não os
governantes?<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-41968294125388595542015-06-24T08:19:00.002-07:002015-06-24T08:19:45.454-07:00O VOTO DA DIÁSPORA
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A diáspora angolana resultou, por um
lado, da emigração de angolanos para os Congos – então, Congo Belga e Congo
Brazzaville - ainda antes do começo da nossa luta de libertação nacional. Tratou-se
de uma emigração, sobretudo, com motivações de carácter económico. Eram, em
grande medida, populações originárias das regiões fronteiriças, demandando os
Congos em busca de melhores condições de trabalho e de vida. Registou-se,
igualmente, alguma emigração para a África do Sul, para o Sudoeste Africano (hoje,
Namíbia), e até mesmo para a Zâmbia. Nestes três últimos casos, fizeram-se
trabalhadores das minas. Porém, a diáspora angolana nos Congos e na Zâmbia
incrementou com a eclosão da luta de libertação nacional. Muitos destes
integrantes da diáspora incorporaram, de uma forma ou outra, as fileiras dos
Movimentos de Libertação.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O movimento migratório cresceu ainda
mais durante o doloroso processo de ascensão à independência e a guerra civil
que se lhe seguiu. Milhares de angolanos refugiaram-se, então, nos países
vizinhos, juntando-se aos já existentes. Outros demandaram países mais distantes,
noutros continentes, tornando a diáspora muito vasta, mais heterogênea e mais
complexa. A nossa diáspora foi, pois, formada por razões económicas e, também,
por razões políticas. Neste último caso, fruto da intolerância que, então,
prevaleceu.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Não é possível, pois, nem justo questionar
a ligação afectiva ao país por parte da nossa diáspora. Ela comunga, legitimamente,
dos mesmos anseios dos que aqui residem. De modo algum, o seu afastamento
físico a desligou dos destinos da nossa terra, o que lhe confere o direito de ser
parte da representação da vontade nacional, expressa no acto eleitoral.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A Constituição de 2010 confundiu a
escolha dos Deputados e a eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
República. Na anterior Constituição, eram escolhas feitas em separado. Destinavam-se,
inclusive, alguns dos lugares no Parlamento para a representação da diáspora.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Em nenhuma das eleições anteriores
participaram elementos da diáspora, alegadamente, porque não havia condições
para se fazer o seu registo. Com a Constituição de 2010 cortou-se
declaradamente a possibilidade dessa participação, reservando-a apenas a angolanos
no exterior ligados a serviços consulares, deslocados para estudar com bolsa de
estudo ou em tratamento médico. Trata-se de uma atitude absolutamente
discriminatória contrariando princípios fundamentais dispostos na própria
Constituição. A actual proposta de Lei de Registo Eleitoral procura consagrar a
discriminação.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 32.15pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É por demais evidente que a intenção do
regime de barrar o direito de voto aos angolanos vivendo no exterior, esconde
uma indisfarçável vontade de se perpectuar no poder a todo o custo, pois
aqueles a quem permitirá o voto no exterior são, na sua imensa maioria, seus
dependentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Não se trata, pois, de uma questão técnica, muito menos
económica. Trata-se, sim, de uma questão eminentemente política, que só poderá
ser ultrapassada com vontade política. É uma discriminação política que deve
ser veementemente denunciada.</span>Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4743987503545488543.post-86092713063034336212015-05-04T12:49:00.000-07:002015-05-04T12:49:08.271-07:00A HISTÓRIA SERÁ IMPLACÁVEL PARA OS CRIMINOSOS
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Mesmo com algum eventual desacerto no
número de mortos apresentado em Conferência de Imprensa, pelo líder da bancada
parlamentar da UNITA, Raúl Danda, sem sombra de dúvidas que a cruel repressão de
que foram objecto os seguidores da seita religiosa “A Luz do Mundo”, de José
Julino Kalupeteca, configura algo muito próximo do massacre. Quanto mais não
fosse, só por tal facto, ela ficará registado para a história como um dos
dramas humanos mais horríveis ocorridos no Planalto Central angolano, concretamente
na província do Huambo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Matar indiscriminadamente civis
desarmados, de modo algum é um acto militar heroico, muito menos poderá ser
motivo de orgulho ou de honra para unidades policiais, cuja missão é a salvaguarda
da ordem pública, prevenindo o crime ou desarticulando grupos criminosos. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A repulsa causada pela morte de polícias,
num confronto atribuído aos seguidores da seita, também não justifica a forma
desproporcionada como se retaliou a seita, matando gente civil, a maioria dos
quais terão cometido apenas o “crime” de seguirem um “profeta” que os atraiu
com base em matéria de fé.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">4.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">É exigível às autoridades firmeza nos
seus actos mas, igualmente, o máximo de ponderação e de sentido de
responsabilidade, já porque tivemos na nossa história recente situações de grande
descontrolo que levaram ao cometimento de verdadeiros massacres.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">5.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Recordo, por exemplo, os
acontecimentos que sucederam ao “27 de Maio de 1977”, que terão vitimado um
número indiscriminado de angolanos, na sua maioria inocentes, assim como a traumática
“Sexta-Feira Sangrenta” com contornos étnicos perfeitamente identificados.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">6.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Se é verdade que o massacre que se
seguiu ao “27 de Maio de 1977” entra na “contabilidade” do mandato de Agostinho
Neto, a “Sexta-Feira Sangrenta” e o agora conhecido como “O Massacre da Seita
Kalupeteca” vão entrar no “Livro de Contas” da governação de José Eduardo dos
Santos.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">7.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Hoje ainda se esgrimem argumentos e
contra-argumentos sobre quem foram os responsáveis morais e materiais
envolvidos na mortandade que se seguiu ao “27 de Maio de 1977”. Ao falecido
Presidente Agostinho Neto, em especial, é atribuída a responsabilidade política
por tudo quanto aconteceu. Sobretudo, pelo modo como ele reagiu – muito a frio
– ao tomar conhecimento da morte de cerca de meia dúzia de responsáveis
políticos a si fielmente vinculados. Terá mesmo pronunciado a seguinte frase: “Não
haverá perdão. E não perderemos tempo com julgamentos…”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">8.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Com tal pronunciamento, Agostinho
Neto terá soltado as “feras” escondidas no fígado de muitos dos que o seguiam,
que se sentiram legitimados para atropelar todas as regras prudenciais aconselháveis
em momentos de grande tensão.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">9.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Caso, eventualmente, não fosse sua
intenção desencadear um morticínio de grandes proporções, a Agostinho Neto
competia fazer todo o esforço possível para esmagar dentro de si a dor que legitimamente
podia estar a sentir pela perda dos seus correligionários. Só Agostinho Neto
tinha poder capaz de travar a sanha assassina que se revelava nos matadores de
serviço. Em nome da defesa da “revolução”, os matadores de serviço foram
descarregando o seu ódio sobre os seus antigos companheiros, de repente,
tornados inimigos… E isto durou muitos meses.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">10.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">De dentro da cadeia onde me achava preso há já mais de um ano, fui vendo ou
tomando conhecimento, com enorme amargura, do que se passava… O número dos
mortos aumentava em exponencial.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">11.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Quem sobreviveu a essa hecatombe, lembrar-se-á, pela certa, da famosa “Noite
de 23 de Março de 1978”, com carros (algumas ambulâncias) a recolherem presos
que seriam levados para a morte. Percorreram a Cadeia de São Paulo e a Casa da
Reclusão, num lúgubre “arrastão”… Misturaram presos de delito comum e de
pequenos delitos, com simples suspeitos, massacrados juntamente com acusados de
envolvimento no “27 de Maio”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">12.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">E a famosa “Noite das Facas Longas” também ficará para sempre gravada na
memória…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">13.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Muitos dos responsáveis políticos desses tristes acontecimentos já
morreram, outros estão agora envelhecidos ou mesmo incapacitados. Mas os que
sobrevivem dormirão, seguramente, mergulhados nos seus fantasmas… Sei que alguns
se tornaram, inclusive, crentes religiosos, como forma de aspirarem a um perdão
no Céu pelos crimes cometidos na terra…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">14.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O agora conhecido como o “Massacre dos seguidores de Kalupeteca” tem que
ser devidamente esclarecido, assim como o modo como morreram os polícias da
Caála, sob pena de, mais uma vez, a culpa morrer solteira…<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">15.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A directiva de José Eduardo dos Santos de ser urgente “desmantelar a
seita”, pode ter sido interpretada como uma ordem indirecta para se matar
indiscriminadamente, por apenas se ser fiel da seita de Kalupeteca, tal como
sucedeu com o “27 de Maio de 1977”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">16.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Para dissipar dúvidas, José Eduardo dos Santos deveria assumir ele
próprio a responsabilidade de exigir um inquérito exaustivo e rigoroso,
integrando, inclusive, individualidades idóneas, nacionais e internacionais.
Assim se apuraria mais facilmente a verdade e se puniriam os culpados, com base
na Lei. Caso não o faça, José Eduardo dos Santos sujeita-se a carregar sozinho
sobre os ombros a responsabilidade política pelo massacre dos fiéis seguidores
do “profeta” Kalupeteca. Tal com a figura de Agostinho Neto ficou manchada com
os crimes que se seguiram ao “27 de Maio de 1977”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">17.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Faço questão de recordar que a memória histórica não é fácil de apagar e
que há crimes hediondos que não prescrevem. Basta lembrarmo-nos que, ainda há
poucos dias, se sentou no tribunal, na Alemanha, Oskar Groening, conhecido como
o “contabilista” do Campo de Extermínio de Auschwitz, onde pereceram cerca de
300 mil pessoas às mãos dos SS nazis.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">18.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Oskar Groening está agora com 93 anos de idade e está perfeitamente
lúcido. Mesmo que não tenha sido acusado por ninguém por envolvimento directo
nas mortes dos prisioneiros, todavia, admitiu publicamente a sua quota de
responsabilidade, relatando ao pormenor o seu papel e, com isso, ajudando a
desmentir aqueles que continuam a negar a existência do Holocausto.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">19.</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Repito: os crimes hediondos não prescrevem!<o:p></o:p></span></span></div>
Justinohttp://www.blogger.com/profile/13166220169340328603noreply@blogger.com1