1. Foi das vozes que mais alto e mais vezes se elevou apelando à paz e harmonia entre os angolanos. Esteve sempre do lado dos que mais sofrem. Levou conforto aos pobres, bálsamo aos doentes, esperança aos injustiçados. Foi verdadeiramente um santo. O Frei João Domingos foi como uma pai colectivo – por isso, nos deixou órfãos.
2. O Frei João Domingos não pregou a resignação perante os abusos. Ele dizia-nos que tínhamos direitos e que nos devíamos bater por esses direitos, utilizando sempre, porém, métodos pacíficos, sem causar maior sofrimento nos outros.
3. Nas suas homilias, o Frei João Domingos denunciava os maus-tratos que muitas vezes se exerce contra os fracos, sobre os desamparados. Dizia, por exemplo, que não é justo desalojar, sem previamente se ter criado as condições para se realojar, e em melhores condições. Dizia, também, que a perseguição aos vendedores de rua não resolvia o problema do desemprego em Angola. Que ao Estado e aos restantes agentes económicos cabe a obrigação de investir mais, e investir bem, para gerar novos empregos. Assim se retiraria da rua, com justiça e com dignidade, esses trabalhadores forçosamente informais.
4. Ouvi-o inúmeras vezes pronunciar-se em defesa da vida, como um direito sagrado. Dizia, pois, que o homem não tem o direito de a cercear. Não poucas vezes escutei os seus sermões sobre a obrigação de a sociedade cuidar melhor das crianças, e de proteger os velhos e os incapacitados.
5. O Frei João Domingos, meu amigo, questionava os governantes sobre o modo pouco transparente como, entre nós, se gere a res pública. Questionava, também, o enriquecimento sem justa causa, igualmente a arrogância dos poderosos, o uso desmesurado e desproporcional com que muitas vezes as autoridades utilizam a força sobre pequenos infractores. Ele também advertia esses prevaricadores, chamando-os à razão. Várias vezes repudiou os assaltos, os assassinatos que se repetem nos nossos bairros, em especial, nos periféricos.
6. O meu amigo Frei João Domingos pregava a necessidade de haver unidade familiar, para termos uma sociedade mais sã. Ele apregoava o amor de pais para com os filhos e de filhos para com os pais. Só assim poderíamos também amor os outros – começando por amar os que nos são mais próximos.
7. O Frei João Domingos participava com as suas opiniões em conferências, em fóruns, em debates. Era das vozes mais autorizadas e mais respeitadas da nossa sociedade civil. Interagia com as organizações, levando-lhes conselhos e experiências. O meu amigo Frei João Domingos ajudou a edificar o Observatório Político e Social de Angola (OPSA) para emitir opiniões sobre a actividade pública.
8. Ensinou, mas também aprendeu com aqueles a quem ensinava – numa interacção dialéctica que só os sábios conseguem. Mas, mesmo assim, vi sempre nele a modéstia, embora com o background da sua ampla sabedoria.
9. Eu não quis acreditar numa notícia tão chocante, tão dilacerante. Era mentira – ou melhor, a ser verdade, era uma injustiça... O Frei João Domingos deixara-nos. Passara para fora do nosso convívio. E fizera-o longe de nós – já na sua terra natal, em Portugal. Angola acabara de perder um dos seus mais amorosos filhos.
10. Habituei-me a ouvi-lo e a respeitá-lo, pela autoridade da sua palavra, pela sabedoria do seu conselho. Deixamos de ter as suas homilias que tantas lições de vida nos deixaram. As suas homilias eram luzes colocadas nos pontos certos para iluminar os caminhos tortuosos da vida.
11. Pena que o Frei João Domingos não tenha ficado enterrado entre nós, para então pudermos colocar sobre a sua campa, e em torno dela, o mais lindo tapete de flores que esse filho adoptivo da nossa terra tanto merecia… Que Quem o levou de nós o guarde bem.
2. O Frei João Domingos não pregou a resignação perante os abusos. Ele dizia-nos que tínhamos direitos e que nos devíamos bater por esses direitos, utilizando sempre, porém, métodos pacíficos, sem causar maior sofrimento nos outros.
3. Nas suas homilias, o Frei João Domingos denunciava os maus-tratos que muitas vezes se exerce contra os fracos, sobre os desamparados. Dizia, por exemplo, que não é justo desalojar, sem previamente se ter criado as condições para se realojar, e em melhores condições. Dizia, também, que a perseguição aos vendedores de rua não resolvia o problema do desemprego em Angola. Que ao Estado e aos restantes agentes económicos cabe a obrigação de investir mais, e investir bem, para gerar novos empregos. Assim se retiraria da rua, com justiça e com dignidade, esses trabalhadores forçosamente informais.
4. Ouvi-o inúmeras vezes pronunciar-se em defesa da vida, como um direito sagrado. Dizia, pois, que o homem não tem o direito de a cercear. Não poucas vezes escutei os seus sermões sobre a obrigação de a sociedade cuidar melhor das crianças, e de proteger os velhos e os incapacitados.
5. O Frei João Domingos, meu amigo, questionava os governantes sobre o modo pouco transparente como, entre nós, se gere a res pública. Questionava, também, o enriquecimento sem justa causa, igualmente a arrogância dos poderosos, o uso desmesurado e desproporcional com que muitas vezes as autoridades utilizam a força sobre pequenos infractores. Ele também advertia esses prevaricadores, chamando-os à razão. Várias vezes repudiou os assaltos, os assassinatos que se repetem nos nossos bairros, em especial, nos periféricos.
6. O meu amigo Frei João Domingos pregava a necessidade de haver unidade familiar, para termos uma sociedade mais sã. Ele apregoava o amor de pais para com os filhos e de filhos para com os pais. Só assim poderíamos também amor os outros – começando por amar os que nos são mais próximos.
7. O Frei João Domingos participava com as suas opiniões em conferências, em fóruns, em debates. Era das vozes mais autorizadas e mais respeitadas da nossa sociedade civil. Interagia com as organizações, levando-lhes conselhos e experiências. O meu amigo Frei João Domingos ajudou a edificar o Observatório Político e Social de Angola (OPSA) para emitir opiniões sobre a actividade pública.
8. Ensinou, mas também aprendeu com aqueles a quem ensinava – numa interacção dialéctica que só os sábios conseguem. Mas, mesmo assim, vi sempre nele a modéstia, embora com o background da sua ampla sabedoria.
9. Eu não quis acreditar numa notícia tão chocante, tão dilacerante. Era mentira – ou melhor, a ser verdade, era uma injustiça... O Frei João Domingos deixara-nos. Passara para fora do nosso convívio. E fizera-o longe de nós – já na sua terra natal, em Portugal. Angola acabara de perder um dos seus mais amorosos filhos.
10. Habituei-me a ouvi-lo e a respeitá-lo, pela autoridade da sua palavra, pela sabedoria do seu conselho. Deixamos de ter as suas homilias que tantas lições de vida nos deixaram. As suas homilias eram luzes colocadas nos pontos certos para iluminar os caminhos tortuosos da vida.
11. Pena que o Frei João Domingos não tenha ficado enterrado entre nós, para então pudermos colocar sobre a sua campa, e em torno dela, o mais lindo tapete de flores que esse filho adoptivo da nossa terra tanto merecia… Que Quem o levou de nós o guarde bem.
http://freijoaodomingosfernandes.blogspot.com/ Por este blog pode ser acompanhada a justa homenagem que o povo da«Torre cidade do Sabugal» terra natal do Frei João edifica.Obra do mestre escultor Eugénio Macedo.
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